quinta-feira, 4 de outubro de 2012

31 anos

Às vésperas de meu aniversário, me ficou impossível não fazer uma revisitação neste meu último ano de vida, fazer umas confissões, tanger algumas mea's' culpa's', apontar alguns dedos, mergulhar no infinitivo, gerúndio e futuro imperfeito. Ser um pouco Aline, muito Batista e super Rodrigues.
Olhando desde outubro passado, vejo que deu quase tudo certo. Algumas coisas saíram na medida em que planejei, outras aconteceram como consequência de meus outros planejamentos, outras foram gratas surpresas, outras, embora tenham machucado, serviram de uma grande lição de vida.
A primeira maior de tudo que conquistei neste ano foi, sem nenhuma dúvida, o meu título de Mestre. A caminhada foi árdua, dura, mas me rendeu uma árvore de conhecimentos, amigos verdadeiros, um teste de superação, um reforço na minha condição de capacidade e de superação, respeito de quem respeitamos e um se importar comigo sem tamanho. Rendeu-me, também, minha aprovação no doutorado.
Comprei um carro, arrumei minha pequena sala do jeito que eu gosto. Investi em livros e li cada um deles. Tornei-me uma leitora bem melhor, mais conteúdistas, mas argumentativa e consegui reconhecer amigos que são bastante visceral, por se levarem a sério quando o assunto é conhecimento. Reconfirmei mais do que nunca que a unanimidade pode ter seu interesse, mas que é bem burra, chata e grotesca sim. Nesse tempo, também, risquei algumas pessoas de minha lista fraterna, bem como retomei outras tantas amizades boas. Passei a ouvir mais minhas antigas amigas, especialmente quando o assunto é me alertar sobre gente. Aprendi que pessoas sabem avaliar gente.
Fiz deboche com meu conhecimento em detrimento do pouco conhecimento alheio. Foi horrível, admito, porém precisava confirmar se a pessoa fingia sempre ou só quando queria se fingir de inteligente. Fingi que certos autores tinham dito alguma coisa em seus livros, quando nem sobre o assunto falavam. Ouvir sua concordância foi cômico e penoso, simultaneamente. Perdão a mim, prometo não fazer mais.
Redescobri alguns velhos sonhos e sorrisos. Perguntei-me várias vezes "e agora?" e subi até as nuvens, maravilhada. Conheci Porto Alegre e Gramado. Estive no Rio de Janeiro. Fui cortejada por pessoas interessantes. Disse alguns nãos para os outros, mas bem mais para mim. Engordei, emagreci, engordei de novo. Continuei comendo de madrugada vitimada pela insônia. Comprei e mergulhei na coleção de Nietzsche. Redescobri Schopenhauer e quase vomito lendo a maior pornochanchada da literatura atual "cinquenta tons de cinza". Chorei com a mudança de meu irmão, chorei com minha mudança, amei minha mudança de opinião, de lado, de atitude.
Tirei várias gentes da costa (pesos mortos), coloquei muitas outras no colo. Redescobri a matenidade a cada dia e vi que ser mãe é de fato um dos maiores, senão o maior, milagre de Deus. Reencontrei-me com Deus e Nossa Senhora e vi que não adianta discursar sobre suas bênçãos e ser mesquinho, egoísta, duas caras, ingrata, falsa e mentirosa. Revisitei-me! Tenho meus pecados e muitos defeitos, contudo não digo que sou uma coisa  e nunca consigo sustentar uma fatia dos meus dizeres. Não sou uma grande incoerência humana.
Dividi outra casa e aprendi a respeitar as diferenças de pessoas reais. Aprendi a dividir. Declarei-me para meu amor e descobri que o amor passou. Declarei-me para meus pais mais e mais. Corri com meu filhote e quase somos congelados brincando de fazer fumacinha com o vento frio. Reaproximei-me de minhas primas e irmãos. Parei de comprar mais sapatos e brincos. Fiz promessa para não beber até o fim do ano, em agradecimento pelo restabelecimento de minha saúde. E vou manter porque Deus merece.
Reorganizei minhas finanças, reorganizando, por tabela, minha vida. Deliciei-me na feira do livro comprando 22 livros linddooossss...
Valeu à pena? Tudo! Cada conquista, cada sorriso, cada vitória, cada decepção, cada lágrima, cada pedaço de mim que se derrama na vida e cada pedaço da vida que se derrama em mim...

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Corajosamente vivendo...diga-me