segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eu era um Lobisomem juvenil


Eu, complexamente, amo essa música. Ela desperta em mim uma emoção gigante todas às vezes que escuto. Choro, sempre. Viajo, sempre. Canto alto, sempre. Dedico-LHE, sempre!! Uma pena que o meu coração pense, porque eu não o espero mais!!!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amor ao que passou e ao que vem

Espere por mim, vida linda, espere que eu chego já... Quantas vezes quis dizer isso à vida, com vistas ao descanso conquanto a vida repousaria me aguardando? Quantas vezes quis pedir ao sol que aguardasse mais um pouco seu explendor para que eu pudesse me conservar mais um puco na cama? Quantas vezes clamei por um dia com 32h? Quantas vezes desejei que a música não acabasse, à noite que se prolongasse, os desenhos que brotassem?
Ainda bem, que a vida não parou para eu me ajustar!
Tive que ser Aline... viver o Batista... e intensificar o Rodrigues... e nesses 31 anos, hoje faço um retrospecto do que foi este último ano para mim, a partir da influência de cada uma dessas partes que moldam minha história e trajetória de força, vitórias, comemorações, tristezas, renovações, reprovações, alegrias, amor e esperança.
A começar pelo Aline: única parte tributária a mim com um floreio de exclusividade. Neste último ano quis trazer para perto de mim pessoas que eu acreditava ter um potencial enorme para ir além do que já tinha, que no entanto estavam estagnadas há tempos. Lutei, batalhei chamei à luta, entretanto sempre sobressai um dos meus grandes resplendor neste tecido vital com prazo de validade indefinido: faça sua parte, mas não gaste seu latim. Ser Aline é potencialmente ser solidária e generosa às causas pelas quais lutas para si, mas que gostaria de dividir com os outros, para somar alegrias e vitórias. Mas a Aline detesta qualquer cheiro de sabotagem personal, ou seja, gente forçada que finge, que não investe em si e burla a inteligência de pessoas burras, fazendo-lhes acreditar ser aquilo que nunca se esforçaram para ser. A Aline gosta de transparência, razão pela qual dá aos outros o direito da dúvida através do benefício da palavra. Esse ano errei com duas pessoas, que julguei sem ouvir a outra verdade. Fui buscar acertos, pois não poderia findar este ano, hoje, com essa dúvida na cabeça. A conversa lacrou  que há cerca de um ano vinha notando.
É bem verdade que sou assim por herança genética e  ideológica do meu lado Batista. Os Batistas são de raça, de personalidade, de grito. Não é qualquer chameguinho, voz doce, floreios que nos ludibriam. Somos atentos e unidos, o que nos remete a saber ouvir e falar uns aos outros, seja na alegria ou na tristeza. Somos honestos mesmo e sabemos honrar nossas próprias palavras, conforme nossos avós ensinaram aos nossos pais. Superamos adversidades inenarráveis na vida, mas não levantamos como bandeira de causa para "atravancarmos" admirações. Somos batalhadores, pois vimos a batalha contra a fome, frios e solidão travada por nossos pais para que a nós não faltasse nada, em especial amor. Temos o cordão umbilical atados uns aos outros e sempre nos importamos intensamente com o próximo, consoante prega o cristianismo a que devotamos com amor. Não nos desdizemos e dizemos posteriormente o que somos sem antes termos sidos. Somos Batista, aqueles que são conhecidos como "mexeu com um, mexeu com todos". Família enorme, que preza pela família. Por isso, nunca neguei batalha, embora tenha dormido este ano com alguns medos. Mas com boa Batista que sou mais um ano não repeti discursos e levantei vários trofeus, frutos de minha batalha.
Dos Rodrigues reforcei o amor solidário, o exemplo de família e o apreço pelos estudos e trabalho. Reforcei o dom da sinceridade e o amor pelas palavras, talvez seja por isso que sou tão apaixonada por elas. Aprendi que aquilo que não te faz bem, não precisa estar contigo: descarte. Todos merecem uma segunda chance, menos aqueles que não se dão nenhuma. Todos merecem ser ouvidos, menos aqueles que não se escutam. Todos merecem uma retratação, menos aqueles que irão continuar no erro. Vire as ccostas e continue sua batalha tendo sempre os dois lados da moeda em seu bolso esquerdo: você precisa do exemplo do bem e do mal, aprenda a dosar! Por isso, que mantenho meus amigos de fé e de luta há tempos e me orgulho de suas batalhas, bem como mantenho por perto (no bolso esquerdo) exemplos de quem não quero ser, o que chamo como o lado avesso do espelho. Esses exemplos eu não invejo, porque não quero ter o que sempre batalhei para não ser.
Este ano, como já mostrei no post anterior, foi lindooooo... Eu gostei de tudo que conquistei e me livrei, graças a Deus! Não teria conseguido nada, se a cada amanhecer não colocasse nas mãos de Deus meu dia e minha vida e de tods que eu amo, nem teria conseguido nada se não tivesse em oração pedido que ele me desse força para alcançar o amor e me livrar de todo o mal.
Obrigada, Pai, eu cheguei a mais um ano bem vivido, orgulhosamente vivido e tudo que sou, tenho, serei e terei eu dedico a Ti, que sempre estiveste me acalentando e me dando forças para seguir. Obrigada, por não deixar a vida parar, pois seria bem capaz de que eu parasse a minha e isso eu jamais anseio. Amém!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

31 anos

Às vésperas de meu aniversário, me ficou impossível não fazer uma revisitação neste meu último ano de vida, fazer umas confissões, tanger algumas mea's' culpa's', apontar alguns dedos, mergulhar no infinitivo, gerúndio e futuro imperfeito. Ser um pouco Aline, muito Batista e super Rodrigues.
Olhando desde outubro passado, vejo que deu quase tudo certo. Algumas coisas saíram na medida em que planejei, outras aconteceram como consequência de meus outros planejamentos, outras foram gratas surpresas, outras, embora tenham machucado, serviram de uma grande lição de vida.
A primeira maior de tudo que conquistei neste ano foi, sem nenhuma dúvida, o meu título de Mestre. A caminhada foi árdua, dura, mas me rendeu uma árvore de conhecimentos, amigos verdadeiros, um teste de superação, um reforço na minha condição de capacidade e de superação, respeito de quem respeitamos e um se importar comigo sem tamanho. Rendeu-me, também, minha aprovação no doutorado.
Comprei um carro, arrumei minha pequena sala do jeito que eu gosto. Investi em livros e li cada um deles. Tornei-me uma leitora bem melhor, mais conteúdistas, mas argumentativa e consegui reconhecer amigos que são bastante visceral, por se levarem a sério quando o assunto é conhecimento. Reconfirmei mais do que nunca que a unanimidade pode ter seu interesse, mas que é bem burra, chata e grotesca sim. Nesse tempo, também, risquei algumas pessoas de minha lista fraterna, bem como retomei outras tantas amizades boas. Passei a ouvir mais minhas antigas amigas, especialmente quando o assunto é me alertar sobre gente. Aprendi que pessoas sabem avaliar gente.
Fiz deboche com meu conhecimento em detrimento do pouco conhecimento alheio. Foi horrível, admito, porém precisava confirmar se a pessoa fingia sempre ou só quando queria se fingir de inteligente. Fingi que certos autores tinham dito alguma coisa em seus livros, quando nem sobre o assunto falavam. Ouvir sua concordância foi cômico e penoso, simultaneamente. Perdão a mim, prometo não fazer mais.
Redescobri alguns velhos sonhos e sorrisos. Perguntei-me várias vezes "e agora?" e subi até as nuvens, maravilhada. Conheci Porto Alegre e Gramado. Estive no Rio de Janeiro. Fui cortejada por pessoas interessantes. Disse alguns nãos para os outros, mas bem mais para mim. Engordei, emagreci, engordei de novo. Continuei comendo de madrugada vitimada pela insônia. Comprei e mergulhei na coleção de Nietzsche. Redescobri Schopenhauer e quase vomito lendo a maior pornochanchada da literatura atual "cinquenta tons de cinza". Chorei com a mudança de meu irmão, chorei com minha mudança, amei minha mudança de opinião, de lado, de atitude.
Tirei várias gentes da costa (pesos mortos), coloquei muitas outras no colo. Redescobri a matenidade a cada dia e vi que ser mãe é de fato um dos maiores, senão o maior, milagre de Deus. Reencontrei-me com Deus e Nossa Senhora e vi que não adianta discursar sobre suas bênçãos e ser mesquinho, egoísta, duas caras, ingrata, falsa e mentirosa. Revisitei-me! Tenho meus pecados e muitos defeitos, contudo não digo que sou uma coisa  e nunca consigo sustentar uma fatia dos meus dizeres. Não sou uma grande incoerência humana.
Dividi outra casa e aprendi a respeitar as diferenças de pessoas reais. Aprendi a dividir. Declarei-me para meu amor e descobri que o amor passou. Declarei-me para meus pais mais e mais. Corri com meu filhote e quase somos congelados brincando de fazer fumacinha com o vento frio. Reaproximei-me de minhas primas e irmãos. Parei de comprar mais sapatos e brincos. Fiz promessa para não beber até o fim do ano, em agradecimento pelo restabelecimento de minha saúde. E vou manter porque Deus merece.
Reorganizei minhas finanças, reorganizando, por tabela, minha vida. Deliciei-me na feira do livro comprando 22 livros linddooossss...
Valeu à pena? Tudo! Cada conquista, cada sorriso, cada vitória, cada decepção, cada lágrima, cada pedaço de mim que se derrama na vida e cada pedaço da vida que se derrama em mim...

sábado, 29 de setembro de 2012

Ebriedade

Invadi sozinha um bar. Pedi um trago de bebida forte, uma porção de torta de maçã. Fiquei distraída olhando ao redor rezando para nossa senhora do invisível que nem um conhecido me espreitasse. Depois remoí a semana intensa que tive e adorei estar naquele lugar repleto de desconhecidos, homens e mulheres indecifráveis, mas todos acompanhados sussurando em uníssono "quem essa daí está esperando?"
Ui, ninguém! Complexamente, ninguém. Assiti, fingindo indiferença, a uma partida de bilhar entre dois casais. Escutava umas músicas cafonas e me divertia com aquelas rimas deploráveis parecendo surgir das profundezas do inferno. Resolvi soltar o cabelo e mandar descer dois chopps, "pronto ele deve estar chegando", devem ter pensado.
Garçom, mais um, por favor! Tomei 5 páginas de letras indiscretas e me afoguei no riso quando um porre me disse "sai fora, ele não deve ter conseguido escapar da mulher". Nossa, eu tinha cara de outra. Será que isso é melhor do que não ter cara nenhuma?
Ensaiei uma resposta, mas preferi um sorriso pálido: havia gostado do personagem que haviam me dado. Para inflamar mais, tirei o celular do bolso e ensaiei indelicadas e insistentes chamadas para meu suposto amante. A galera pirou! Fiz cara de raiva, mandei descer mais dois chopps, virei o primeiro, degustei o segundo, retoquei o batom vermelho.
"Um bilhete para senhorita". Guardei na bolsa sem lê-lo. Mandaram-me um tira gosto, porém desejei eferver lenta e bruscamente como sorrisal do bêbado ao lado. A cabeça girava e as palavras já saíam pesada, o dedo mal levantava pedindo mais um.
Resolvi guardar o livro, pois as letras há muito já dançavam à minha frente. "Moça, posso sentar aqui", pediu-me um grotesco cavaLEIRO, "sim, sim" respondi e imediatamente me levantei para deixá-lo mais à vontade.
Novamente, puxei o telefone e fingir ligar para ele. Comecei a acreditar naquela mentira (seria assim as pessoas que quando resolvem ser um personagem, uma hora passam acreditar na sua própria mentira?). Desliguei o telefone revoltada, mais uma vez fingia. Ganhei um chopp, sentada ao balcão erá mais fácil o assédio. Decidi não tomar, um boa noite cinderela não estava nos meus planos, nem aquele estranho bar estava, confesso.
Paguei a conta com cheque sem fundo. Saí e choquei ao descobrir que meu carro não estava mais em frente ao bar. Desesperei-me! Puxei o telefone para pedir ajuda, eis que constatei ser impossível, já que não havia um contato listado no celular novo. Precisava chegar em casa o mais breve possível para saber do carro.
Não havia carro, não havia há quem ligar, não havia livro na bolsa, não havia sobriedade, não havia sorrisal, só o que havia era meu amante fulo da vida me esperando com um buquê murcho e um café amargo. No mais, existia um amante.
Não era mentira o encontro, eu é que não havia ensaiado aquela parte!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A carta rasgada

Deveria ter te deixado uma carta, mas eu tremia demais. Outrora, teria me jogado aos teus pés, te implorado que me pedisse pra ficar mais um pouco. As fichas, porém, tinham se esgotado. A saga havia chegado ao fim. Esses três anos, esses três meses, esses três dias foram demais, já não conseguia subverter minha vontade de ficar. Eu queria ir. Eu precisava ir.
Eu fui. E se você pensa que não deixei rastros, está enganado, eu me deixei inteira por aí para não precisar ser quem nunca fui. Eu deixei os beijos insossos, as transas inertes, o aperto na mão sem graça. Eu deixei a televisão ligada no futebol que nem me servia para te ter por perto. Eu deixei as queixas da mulher desocupada, a cama desarrumada, a panela queimando a comida sem graça.
Ah, o amante, este eu tirei do armário. Não se preocupe, ele não despencará em cima de você para esfregar na cara o sexo casual que tanto detestei. Que ironia, sexo casual! Deixei algumas contas também, para que você visse o quanto gastei em beleza plastificada, para que você chegasse e me deixasse de souvernir uma dor de cabeça de boa noite e um mau humor como saudação matinal.
Meu café de hoje? Não está mais amargo, achei o açucareiro. Ainda corre pelas suas bordas umas formigas sem graça, que querem roubar todo o doce do meu açucar.
Levanto de madrugada, debruço-me sobre a janela, ponho o dedo na gota de chuva inexplicável que me cai do rosto e vejo, maliciosamente, como ando feliz!
Não me és mais um peso. Não tenho mais marcas no corpo, nem a alma castigada, nem preciso te perdoar tantas vezes depois de tantos perdões.
Depois desse banho trépido, depois desse sossego, só me resta te dizer que fiz bem em não ter te deixado uma carta.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

(In)Certas!

Tem certas cores que não combinam, certas ideias que não se encaixam, certas palavras que não ocupam lugar.
Certos silêncios ensurdecedores, certos comportamentos molestadores, certos teias que não emaranham.
Certos blocos que não se encaixam, certos brilhos que não cintilam, certos mãos que não lagrimam.
Certos amores que enclausuram, certos bebidas que não embriagam, certos vendavais que aquietam.
Tem certas melodias que ensurdecem, certas alegrias que entristecem, certas conceitos que inebriam.
Tem certos blocos que não colorem, certos cinzas que norteiam, certos gris que clareiam.
Tem certos certo que erram, certos sorrisos que me entopem, certas andanças que me nauseiam.
Tem certos beijos que não estalam, certos medos que bloqueiam, certos dedos que não se enlaçam.
Certos olhos que não se cruzam, certos conversas que não se encontram, certos repousos que se escapam.
E tem certos eus que não se acham, por certos tus que tão se perdem.
E tem certas histórias que acontecem, tão visceral, que precisam mais de uma vida, para acontecerem por completo, por serem incertas!