domingo, 31 de julho de 2011

E ele tem razão?

Namorei um rapaz a quem eu intitulo como meu primeiro amor... Foi o primeiro que eu assumi para mim, para os amigos e para a família. Na mesma velocidade, do mesmo jeito que ele chegou a mim, ele se foi quatro anos depois. Aprendi demais com ele. Vivi esse amor, essa paixão até a última gota, até o último choro, até o último thau. Pensei que nunca diria que, enfim, acabou... O amor se foi!
Vivemos intensamente tudo que podiamos viver. Mas uma coisa faltou: a luta. Ele vivia me dizendo "você não luta por nós, pelo seu sentimento, pelas suas vontades emocionais, você se retira antes da emoção começar". Saindo um pouco de mim, olhando-me de longe, vejo que ele tinha razão, aliás tem razão.
Quando eu casei, na primeira luta a ser travada, decidi que era hora de voltar para o meu canto, para o meu tempo, para o meu lugar: PARA OS MEUS! Cheguei devastada, como se um vendaval de anos tivesse se apossado da minha família e eu tivesse lutado para sobreviver. Eu não lutei, eu se quer tentei lutar, eu se quer tentei fazer algo para dizer, posteriormente, que a relação deu no que tinha que da.
Sofri todas as consequências depois. Pari sozinha, acalentei meu filho só na UTI, chegamos em casa a sós, acalenteio-o todas as noites sem ninguém para trocar comigo. Sozinha sofri(o) a cada febre, a cada dor de barriga, a cada passada pelo hospital, a cada falta de dinheiro. E isso não é lutar? Não, não nos moldes do que aquele meu primeiro amor queria dizer.
Tudo que eu passei foi fato e não acaso. Eu tinha que viver isso com meu filho, não havia como escapar. Se hoje eu me orgulho da posição que tenho, das conquistas que eu tive, foi porque eu precisava seguir, não podia mais permanecer no mesmo lugar.
Sei que hoje a fraqueza me fez forte. Meus 41kg, quase uma anoréxica amamentando, se multiplicaram em alegria e entusiasmo. Entretanto, aquela fala, aquela voz ainda me atormenta "Você não sabe lutar pelos seus sentimentos, pelas emoções que deseja viver".
Quantas vezes me flagrei pensando numa tarde de um sorvete a dois e o desagrado de levar um fora me deixaram só? Não sei lutar pelos meus sentimentos? Não sei viver minhas vontades?
Sei lá! Acho que vivo o que preciso viver. Mas é fato: se estou a fim, é bem mais fácil desistir do que da um simples telefonema, do que insistir, do que, simplesmente, pedir. Acho que desaprendi a arte do encontro. Só tenho entendido de desencontro. A primeira dificuldade já me motiva a permanecer quieta no meu canto, vivendo a arte da desilusão.
Queria saber lutar, batalhar, me fazer querer... sair pra dançar... Mas detestos silêncios, penso logo que silêncio por silêncio, sou mais o meu!

sábado, 30 de julho de 2011

Aline

Oh, minha menina és de tudo que mais belo existe
Ver tua beleza é esquecer tudo que há de triste
Tua presença Aline é tão sublime quanto o mar e o ar
E estar sempre ao teu lado é ser amado e ter pra sempre o teu
Olhar que faz meu bem querer, sustenta meu amor
Que faz com que a cada dia eu te ame mais...
Sei que a tua boca já beijou a outra que não a minha
Sei que já amou a outros quando não me conhecia
Mesmo assim Aline teu carinho me tomou o peito
Hoje sem você não mais consigo ser do mesmo jeito
Então dedico a ti esta canção
Tentando em notas dizer
Que eu te amo tanto
Tentando gritar ao mundo
Aline sem você confesso eu não vivo
Sem você minha vida é um castigo
Sem você prefiro a solidão
A sete palmos do chão


(Marcelo Camelo)

sábado, 23 de julho de 2011

Velha infância colorida


Sharlene, Nilda, Aline, Éden, Mamara, Déa


Eis que em pleno sábado de julho a minha maior vontade é dormir... dormir... dormir... Mas essa vontade me transporta para um passado delicioso: minha infância!!
Mal chegava julho e eu já estava de mochila na costa para rumar a Abaetetuba. Era extraordinário estar lá. Todos os primos se reuniam na casa da minha querida Tia Luiza, que tinha um gigantesco quintal e uma maravilhosa sala, que fingiamos ser nosso barco. Não tinha muitas bonecas, brinquedos, mas isso não fazia a menor falta diante de tudo que um quintal e muitas crianças reunidas poderiam oferecer. Eu, Déa, Sharlene, Mamara, Nilda, às vezes a Lidiana, o Júnior e o Éden acordávamos serelepes, tomavamos um café histéricos e mastigando ainda o pão disputávamos quem seria o último a chegar ao quintal, claro que este seria a mulher do padre. Tirávamos o famoso zerinho um para saber quem seria a mãe no pique esconde, pira pega, pira cola. Ou, ainda no café, dividiamos o time para o jogo de futebol, mata, garrafão e nossa manhã iá tão tão rápido que nos revoltávamos com a chegada do almoço, do banho, do descanso. "já chega" gritavam as mães. Puro engano, não chegava não!!!
Tudo bem, tomávamos o banho, almoçávamos, voltávamos ao quintal. Esgotados, nós mesmos decidiamos que estava na hora de parar. Tanto na hora do almoço, quanto no lanche o riso corria solto, bastava um olhar para cara do outro para, pronto, todos cairem na gargalhada, sabe-se lá porque. À noite a brincadeira era pique esconde no escuro na nossa sala-barco, caramba era tudo muito engraçado, divertido e assustador.
Depois que os dias em Abaetetuba findavam, a graça era todos em Icoaraci. Como nunca tivemos quintal, íamos desesperados à praia do Cruzeiro e jurávamos ser a melhor do mundo. No outro dia, Outeiro e brincávamos até esgotar o último sorriso e o sono se anuniar.
Hoje já não temos tempo para esses encontros. Praticamente todos já temos família, filhos, contratempo no emprego, novos amigos, responsabilidades, o peso da independência... Mas nos raros encontros que temos, tenho a certeza de que fomos felizes, parceiros e cúmplices e que nada nesse mundo tem tanto sabor quanto minha querida infância. Nos amamos, partilhamos experiências juntos, mas a infância acabou. Se pudesse descreveria cada minuto, cada emoção, os aniversários, os joelhos feridos. Essas lembranças estão guardadinhas na seção de minha memória que me mantém em pé para a vida.
Sempre que, hoje, nos encontramos fazemos uma farrinha diferente, mas o carinho permanece o mesmo. Sabemos que podemos contar uns com os outros e eu, de todo meu coração, os amo demais.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Uma nova rotina

Estou vivendo uma nova rotina, que até agora, por sinal, não me surpreendeu em nada. Ao contrário, só me mostrou que estou num afazer um tanto "mixuruca" em comparação a larga experiência acadêmica e racional que eu me gabo de ter.
E por que viver essa emoção? Por pura necessidade de grana e para me proporcionar o novo que no campo do trabalho é, de fato, novidade.
Arrancada de uma hora pra outra do que vinha fazendo, tenho que ordenar ao meu organismo que se adapte o quanto antes, que não cobre do meu corpo mais que o necessário e que respeite um ritmo que eu não tinha. Além de tudo isso, ainda tenho que ordenar meu emocional de que nada sairá do lugar só porque passo 12h do meu dia fora de casa. Meu filho ainda será meu filho, meus pais ainda me esperarão ansiosos pelo meu sorriso, minha cama e meus livros estarão no mesmo lugar... Será que demorarei pra compreender?
Mas enquanto eu não me adapto, estou me dando o direito de viver essa emoção até a última gota. E eu quero viver isso! Não é questão de antipatia, é questão de viver a minha vontade, de respeitar meus limites e mergulhar nas minhas emoções. Da mesma maneira que Gentileza gera gentileza (viu, garota), respeito também gera respeito... Tanto o é, que nos momentos que umas e outras resolveu empacar, algumas vezes acabar com meu passeio, coube-me compreender, afinal cada um tem suas vontades, manias e alegorias. E por que comigo seria diferente?
O pior é que tava louca de vontade de mandá-la pra casa do caralho enquanto ela me xingava, porém só me restou engolir a seco, pois meu chefe tava do lado... Mas ela que me aguarde, que vou deixá-la naquela saia justa, de boca fechada por falta de opção que ela vai ter vontade de me mandar pra longe até as olimpiadas do Brasil.
E o pior de tudo é qe eu gosto dessa moleca!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Entre a vida e a morte...

Existe coisa mais tênue do que a estreita linha que divide a vida da morte? Essa noite fiquei pertubada com o medo que me assolava, não conseguia dormir, estava com uma estranha sensação. Rezei tanto a Deus por paz, por saúde, pela eternidade dos meus pais. Mas no fundo eu sabia que uma notícia ingrata estaria por chegar. E chegou!
Meu querido e amado tio, que me faz rolar de rir, que me ama, a quem eu amo, quem me chamava para o chopo e o churrasco dos domingos quaisquer ainda está entre nós, Graças a Deus!!! Mas aquela doença ingrata resolveu se apossar de seu corpo, apresentar-lhe o medo, deixar-lhe cara a cara com a morte e mostrar-lhe o dissabor da angústia. Até quando ele aguentará? Até quando eu aguentarei? Meu coração está apertado, estou com a terrível sensação de assombro, de impotência, de desgosto...
E nesse mar de sensações ruins é inevitável não se perguntar: Por quê? Por que ele? Temos por aí tantos assassinos, tantos estupradores, tantas pessoas ruins e amargar... Por que ele?
Ao mesmo tempo fico atenta, porque não devemos nunca duvidar da vontade de Deus, seus desígnios são indiscutíveis. Por isso sei que Ele e Nossa Senhora não deixarão que sua esperança também seja cancerosa, afinal quem acredita no Amor Deles pode tudo... E sei que ele sairá dessa e seu sorriso se espalhará nos nossos domingos de sol!!