Namorei um rapaz a quem eu intitulo como meu primeiro amor... Foi o primeiro que eu assumi para mim, para os amigos e para a família. Na mesma velocidade, do mesmo jeito que ele chegou a mim, ele se foi quatro anos depois. Aprendi demais com ele. Vivi esse amor, essa paixão até a última gota, até o último choro, até o último thau. Pensei que nunca diria que, enfim, acabou... O amor se foi!
Vivemos intensamente tudo que podiamos viver. Mas uma coisa faltou: a luta. Ele vivia me dizendo "você não luta por nós, pelo seu sentimento, pelas suas vontades emocionais, você se retira antes da emoção começar". Saindo um pouco de mim, olhando-me de longe, vejo que ele tinha razão, aliás tem razão.
Quando eu casei, na primeira luta a ser travada, decidi que era hora de voltar para o meu canto, para o meu tempo, para o meu lugar: PARA OS MEUS! Cheguei devastada, como se um vendaval de anos tivesse se apossado da minha família e eu tivesse lutado para sobreviver. Eu não lutei, eu se quer tentei lutar, eu se quer tentei fazer algo para dizer, posteriormente, que a relação deu no que tinha que da.
Sofri todas as consequências depois. Pari sozinha, acalentei meu filho só na UTI, chegamos em casa a sós, acalenteio-o todas as noites sem ninguém para trocar comigo. Sozinha sofri(o) a cada febre, a cada dor de barriga, a cada passada pelo hospital, a cada falta de dinheiro. E isso não é lutar? Não, não nos moldes do que aquele meu primeiro amor queria dizer.
Tudo que eu passei foi fato e não acaso. Eu tinha que viver isso com meu filho, não havia como escapar. Se hoje eu me orgulho da posição que tenho, das conquistas que eu tive, foi porque eu precisava seguir, não podia mais permanecer no mesmo lugar.
Sei que hoje a fraqueza me fez forte. Meus 41kg, quase uma anoréxica amamentando, se multiplicaram em alegria e entusiasmo. Entretanto, aquela fala, aquela voz ainda me atormenta "Você não sabe lutar pelos seus sentimentos, pelas emoções que deseja viver".
Quantas vezes me flagrei pensando numa tarde de um sorvete a dois e o desagrado de levar um fora me deixaram só? Não sei lutar pelos meus sentimentos? Não sei viver minhas vontades?
Sei lá! Acho que vivo o que preciso viver. Mas é fato: se estou a fim, é bem mais fácil desistir do que da um simples telefonema, do que insistir, do que, simplesmente, pedir. Acho que desaprendi a arte do encontro. Só tenho entendido de desencontro. A primeira dificuldade já me motiva a permanecer quieta no meu canto, vivendo a arte da desilusão.
Queria saber lutar, batalhar, me fazer querer... sair pra dançar... Mas detestos silêncios, penso logo que silêncio por silêncio, sou mais o meu!
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Corajosamente vivendo...diga-me