quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um chopp pra distrair...



Os opostos não se atraem




Ela saiu, tomou cerveja, tomou coragem. Ele deu um sorriso. Ela gargalhou.
Ela é que de marte. Ele é só de vênus.
Ela mulher. Ele menino.
Ela é quente. Ele frio.
Ela fala. Ele cala.
Ela decompõe. Ele compõe.
Ela é fugaz. Ele fuga.
Ela gosta de beijo na boca intenso. Ele de selinho estalado.
Ela paga pra ver o show. Ele perde o melhor da festa.
Ela detesta rotina. Ele tem que se adaptar a ela.
Ela não se engana. Ele engana.
Ela se da mal. Ele se da bem.
Ela gosta de se da mal. Ele escapa de surpresas.
Ela vive de intensidade. Ele na mesmice do meio termo.
Ela vive em sintonia com a vida. Ele está procurando a melhor estação.
Ela tem medo de não da tempo. Ele conta o tempo.
Ela tem vontade. Ele tem desculpas.
Ela não tem medo da verdade. Ele forja uma verdade.
Ela faz o que não lhe convém. Ele só que lhe convém.
Ela é alma, sinceridade, intensidade. Ele está por aí.
Ela é corpo, sexo, toque. Ele retoque.
Ela não manda calar. Ele opala.
Eles não foram feitos um pro outro, mas suas vidas se cruzaram. Ela não o namoraria. Ele não a namoraria. Ele não daria conta dela. Ela cansaria dele. Ela é música no último volume. Ele a invenção dela. Ela não tem medo da vida. Ele se protege da vida. Ela aprendeu na vida adulta a não se deixar motivar pela paixão, ela é razão até o fim e por isso deixa-se  viver pelo sentimento que não sabe onde vai dar. Ela não se importa com nada, ela gosta é da farra que a vida permite com que ela diga: Valeu à pena!!

E a paixão dela por ele?
 "É uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação/pretensão de acontecer"

sábado, 27 de agosto de 2011

Muito prazer, meu nome é Aline!

Sou humanamente definível. Com qualidades perfeitas e defeitos indesculpáveis. Amo o vermelho, o por do sol, a chuva fina e silenciosa. Sou a única mulher de quatro filhos da D. Dalva e do Sr. Santana, e a mais nova deles. Fui mimada o suficiente para não saber que decisões tomar qando a vida cobrou maturidade de mim.
Sou estudiosa, inteligente e teimosa. Sou professora e revisora. Sou egoísta e generosa. Tenho um coração sensível, que me obriga a chorar na menor declaração de carinho e cenas de superação, de amor e de vitória.
Às vezes sou fraca, não quero seguir. Mas minha persistência é maior, que sempre me antencipou o gostinho da vitória. Sou batalhadora e independente. Digo licença, me desculpe e por favor. Sou apaixonada e apaixonante. Tenho comportamentos que ninguém entende, como decidir ir embora no melhor da festa. Sou justa, justíssima, mas já fui injusta com meu coração e com algumas pessoas.
Já fiz viagens inesquecíveis. Conheci e me apaixonei pelo Rio de Janeiro e pela minha amiga-xodó de viagem. Já recebi propostas tentadoras e agora estou tentada a aceitar uma proposta de mudança de vida, de Estado e estado de espírito. Tenho tatuagem e piercing. Pinto o cabelo e adoro maquiagem.
Já sofri por amor ao ponto de achar que ía morrer. Já fui ao fundo do poço e voltei sem saber o que fazer. Já silenciei na hora que deveria gritar e gritei quando deveria silenciar. Agi errado. Nunca roubei. Dificilmente volto atrás quando tomo uma decisão. Sou ansiosa, comilona, intensa. Adoro uma cervejinha acompanhada de um bate-papo com meus amigos. Já tomei um porre inesquecível. Já desviei caminho para tomar a saideira e fui assaltada pelo sentimento que eu achei ser incapaz de sentir novamente. Toda semana juro que vou começar a malhar. Sou inquieta, tenho mil planos para realizar durante o dia. Falo incontáveis vezes durante o dia com a Claudiana. Tenho amigos de infância e a Marla é minha amiga-irmã. Sou vaidosa. Engraçada, retardada, anormal (como queiram). Sou agradável, mas sei ser desagradável quando quero. Sou sincera e honesta. Preguiçosa. Adoro um chamego, um abraço apertado, declarações de amizade e de amor. Detesto a solidão, embora às vezes ela me caia com uma luva para me mostrar que algumas coisas estão erradas.
Tenho muitos amigos com quem contar. E meus amigos sabem que podem contar comigo. Sou amiga, irmã, prima, tia, cumadre (madrinha de cinco), mãe. Sou uma super mãe do Victor. Às vezes também sou filha dele. Acho o máximo terminar o dia, ainda com vestígios do sol, comendo uma pizza, assistindo a um filme, tomando uma soda e em boa companhia. Tenho uma queda por fotografia. Amo praia, ouvir música, ideias psicanalistas. Meu único vício é ler. Não tenho apego por tecnologia, nem luxos. Sou simples e distraída. Não tem uma semana que eu não caia, por tropeçar em algum lugar ou em alguém.
Já dormir chorando, já jurei não ligar e liguei, já disse que ligaria e apaguei o número do meu telefone para não cair em tentação. Caí em tentação e me arrependi. Já quebrei promessas. Fiz coisas inimagináveis, como pular de bungee jump (tenho horror a altura). Já dancei axé. Já fiz promessas para que ele me ligasse e não deu certo.
Já casei e descasei. Fui embora de casa e voltei. Tenho que da satisfações aos meus pais. Minha família sempre está em primeiro lugar, em especial o meu filho. Sofro de insônia. Sou insistente e desistente. Sou cinéfila. Amo assitir filme no escuro e deitada no chão. Sei lutar pelo que eu quero, mas se não tiver retorno, tomo outras direções. Detesto mentira e falta de palavra. Respeito e gosto de ser respeitada. Adoro ouvir música no volume máximo, em especial do Nando Reis, Paralamas, Legião, Ira e Engenheiros... Escuto mil vezes Relicários e Os barcos. Gosto de sair à noite e de um aconchego a dois. Mergulho de cabeça em tudo, pois não sei o que será de mim amanhã. Detesto entrelinhas.
Não tenho nenhum pouco de medo de desafios e não. Gosto da pessoa errada, por quem eu me apaixonei a primeira vista. Sou impaciente. Escuto samba. Minha comida predileta é a sopa de camarão lá da Portinha. Gosto de ser surpeendida e fico chocada quando ouço que minha independência assusta. Não tolero discriminação, preconceito, violência. Não tolero machismo, principlamente quando suspeito que ele converge para mim. Não aceito que não me aceitem porque eu tenho um filho. Eu me aceito e isso, por ora, me basta! Vivo nos extremos, por isso detesto meio termo. Detesto deixar para depois e permitir com que as oportunidades passem. E para terminar recorrerei a genial Clarice Lispector:
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca."

Lugar de mulher é no tanque!!!

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Claudiana, pode parar que eu me dou respeito sim!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

No céu e nas estrelas

Hoje voltando do banco, morrendo de fome e calor, com vontade de ir para casa e não para o trabalho, fui surpreendida com um telefonema, um convite, um aceite, uma declaração de saudades. Um amigo de quem eu era o xodó, ligou para dizer que estava com saudades de mim, que precisava conversar e que se eu topava um almoço com ele. Fomos. O papo rolou solto, relembramos nossa adolescência, nossas primeiras caminhadas rumo à independência, nossos sonhos, nossos planos.
Rimos muito!
Em um determinado momento ele me disse assim: "Aline, tenho a  impressão de que você ainda não desceu do céu, nem das estrelas". Ele me silenciou. Ele me disse que estava para pirar com a vida dele, que ele se perdeu nos planos, que mais alguns minutos e ele desabaria não sabia se para o bem ou para o mal. Então, mais uma vez ele me surpreendeu ao dizer que questionava tanto às direções que eu, num passado super recente, dei a minha vida: minhas recusas àquilo que era obrigatoriedade numa sociedade machista e que ele sendo homem não teve coragem de fazer.
 Ele não está feliz! E pensando em tudo que conversamos, lembrei de Lobão cantando "as pessoas enlouquecem calmamente e VICIOSAMENTE SEM PRAZER". E ele enlouqueceu desprazerosamente ao desenhar cada minuto de sua vida, inclusive em dizer que casaria aos 30. Bonito do jeito que é, não foi difícil arranjar a esposa. Ele batalhou pela vida a dois, está bem sucedido e agora lhe falta algo, talvez o céu e as estrelas de onde eu não desci. E ele me fez ter a certeza de que eu não estou errada nas minhas decisões e opções em querer um pouco do olhar do respeito e da consideração. Contei-lhe sobre meu coração e de minha decisão de ir embora. E ele disse que é isso que lhe falta: a decisão de ir embora!
Agora questiono-me de quantas vezes eu precisei ir embora? E de quantas vezes ainda precisarei ir? De quantas vezes terei amigos dizendo para eu não desistir? E de quantas vezes serei convidada para dizer a um amigo que não desista? De quantas vezes serei agraciada para ser companhia e na verdade o consolo será meu?
Reforço minha atitude da intensidade diante da vida. De que me adianta ter medo se eu nem sei sobre o amanhã? Então, de que eu de fato terei medo?
Ele quer buscar uma saída, uma solução... Eu lhe disse que saisse do trabalho mais cedo, faltasse um dia que ninguém sofrerá com isso, faltasse aula para ficar agarrado com a pessoa de quem gosta, andasse descalço na areia, rolasse de rir de um filme romântico (é tudo ilusão essas historinhas quadradinhas), escutasse música num volume bem alto e cantasse mais alto ainda, se declarasse, jogasse tudo para os altos e começasse de novo e que ele encomendasse uma pizza gostosa num final de tarde e pelo amor de Deus me chamasse pra compartilhar com ele. E que ele aproveitasse o dom raro da honestidade que nós temos, usasse o olho no olho e dissesse para sua "esposa" que um caminho só existe quando a gente passa... Ele disse ter medo, mas eu lembrei-lhe que sempre podemos voltar atrás... Ou não!
Bem, resgatando um pouco: acho que ele se programou tanto em organizar sua vida para vivê-la depois confortavelmente, que agora se deu conta de que ele não tem vida para viver... E pensando no céu e nas estrelas em que estou, segundo ele, emendo com Hebert Viana para explicar a trajetória de meu amigo
"Ele ganhou dinheiro, ele assinou contrato e comprou o terno, trocou o carro. E desaprendeu a caminhar no céu... E foi o princípio do fim."
Hoje ele me fez ganhar o dia, embora ele tenha dito que quem ganhou foi ele. Esse meu amigo é um irmaozinho que a vida me deu e como eu o quero bem, caminhando no céu e nas estrelas...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Claudiana...

         2008. Liguei para meu amigo para chamá-lo para jantar e tomar uma cervejinha e ele “Passa aqui em casa, que to aqui com a minha namorada e vamos todos juntos”. Já fui com aquela típica pulga atrás da orelha, mas enfim...
         Na primeira buzinada avisando da minha chegada já notei que a pessoa não regulava bem, já que para namorar esse meu amigo só pode ser sinal de anormalidade e para ter a cara de doida que ela tem, bem! Lá no Maia, comendo peixe e tomando uma cervejinha o papo foi rolando e fui até me agradando de sua amizade, até ela soltar “Toma logo esse resto, otária”. Meu amigo já me olhou com seu olhar de perplexidade e no dia seguinte já quis saber de minha reação frente à (pseudo)hostilidade de sua namorada. Normalmente eu a teria detestado. Mas aí, trocamos MSN, solicitações de amizades no Orkut, telefones, confidências bestas e fomos levando. Ela como namorada de meu amigo, eu como amiga da namorada do meu amigo.
         Como eu estava estudando para fazer a seleção do mestrado, perdi o tradicional almoço do círio de Icoaraci na casa desse amigo. Lá uma chuva de emoções aconteceu e ela saiu desnorteada, mas com os nortes começando a orientá-la.
Virada de fim de ano 2008/2009. Eles chegaram a minha casa e uma declaração polêmica, daquela em quem nunca se deve confiar, estragou o ciclo que deveria ser só festas, mas inaugurou um laço que se mantém. Eles terminaram, depois conversaram, depois foram conversando e depois foram me envolvendo cada um com seu desabafo. Encantei-me com ela. Um tempinho depois, fevereiro de 2010, fomos convidadas por ele e pelo irmão para assistirmos ao jogo do Santos e Flamengo e lá acabei “ficando” com o irmão dele, que tem o nome muito próximo a um xingamento (eu não me aguento). O rapaz simplesmente cismou comigo. Queria-me a qualquer custo, tratava-me como se eu fosse a mulher ideal com quem ele gostaria de viver para o resto da vida. Eu o tratava da melhor forma possível, nunca lhe neguei um telefonema, uma bate-papo pelo msn, mas à distância sempre. Como ela era amiga dele receava pedir-lhe ajuda, mas não aguentei e desabafei com ela alegando ser impossível alguém querer viver para vida toda após dois insignificantes encontros. E não é que a doida me ajudou depois de um plano mirabolante, que, por Graça Divina, foi o elo indelével de uma amizade louca que, eu sei, é para a vida toda.
         Daí foram dezenas de momentos loucos e declarações de amizades que dispensam qualquer palavra para selar a sinceridade. "Bora ali... Aline". "Cutijuba amanhã com pinduca". "Me pega aqui no Centur e bora na abelhuda engordar". "Cara, quarta em dobro no Dom Viscondi com o Jhon". "Onde tu ta?" "Dona noite... Batistaaaaaaaa..." "Todo mundo quer tirar foto conosco no Municipal..." "Ai, Clau, ele é lindo... Aline, olha que delícia!!" "Passa aqui, passa aqui e bora fazer qualquer coisa". "Clau, show do Nando (pela 5ª vez), pelo amor de Deus vamos". "Lulu, ah não, dor no estômago". "Por do sol no mormaço, estação". "Clau, nem sabes, ele quer voltar... tu não vais voltar (com uma faca na mão) eu não deixo". "Liga pra ele sua doida, vocês se amam e ele escreve tão bem, Clau". "To carente". "Corre, lá vem o ônibus". "Lá vem o Dalton". "Cara, te arruma e vamos pra Mosqueiro agora, o filhote tem que ir". "Gente, vamos ao aeroporto agora marcar nossa passagem". "Aline, abre essa janela do avião e deixa de medo". "Eras, não viajo mais com a Aline ela chora muito". "O que é heim? São 6h da manhã". "Ei, Acordalice hoje, vem pra cá, por favor!" "Ei, moleca, vamos a portinha tomar aquela sopa de camarão". "Você precisa ler aquele livro, imperdível". "Passa no teu cartão aí..." "Não fica assim amiga". "Para com isso, deixa de ser mimada". "Você está errada."
         Sábado ela me disse que nunca brigaríamos, porque resolvemos nossas diferenças na cara, secas, independente do que vai causar... 10 minutos depois está tudo resolvido. Tudo na paz do Senhor. E isso é fato: ela é uma das minhas extensões de vida... Uma das pessoas que eu preciso para sobreviver. Ela me respeita e me desrespeita. Ela me apresentou o melhor livro que já li (Meu nome é número 4). Chegou em casa e colocou "A Outra" um dos melhores filmes da minha vida. Me ligou dizendo que estava me esperando na porta do cinema com ingresso já comprado para assistirmos ao filme mais engraçado de nossas vidas (De pernas pro ar). Ela sabe que meu problea de tristeza se resolve com uma pizza. Ela sabe que é difícil me (des)convencer de uma decisão tomada, embora ela saiba que eu estou errada, só emocionalmente abalada. Ela sabe que sou cinéfila. Ela sabe de quem eu gosto, desgosto e sofro. Ela reclama de minha intensidade e eu de sua paciência e complacência, mas vez ou outra invertemos os papéis.
         Mas ela me da apoio nas minhas felicidades e fraquezas. Ela me consola e me devasta quando quer que eu passe vergonha. Mas ela é uma multidão de coisas que só me orgulham: é honesta, correta, feliz, sofre por amor, trabalhadora, digna, pra frente e livre. Ela independe da vontade e opinião dos outros para ser quem é. E acho que essas coisas sustentam nossa amizade.
         Eu amo a Claudiana (Marla, sem ciúmes, por favor!). Ela é minha parte que me faz forte. E o melhor de tudo, ela ama meu filhote, zela por ele e isso me deixa derretida.
Ela é tudo aquilo que me faz bem...
         Obrigada, amiga... e juro não te chamar mais daquele negócio que tu me chamastes quando meu chefe estava ao lado hehehehe

domingo, 21 de agosto de 2011

Minhas dores do não...

Estou com dor no peito...
Com dor na alma...
Com dor no orgulho...
Com dor na minha loucura...
E dor na minha sanidade...
Com dor no meu silêncio...
E dor no meu barulho...
Dor de ser corajosa...
Dor de ser fraca...
Dor pela ausência...
Com dor na presença virtual...
Com dor pelo abraço contido...
Dor no beijo não dado...
Dor no telefonema esquecido...
Com dor pela ausência da falta...
Dor de existir...
E dor por não resistir...
Dor...


Sutilmente

Skank

Composição: Samuel Rosa / Nando Reis


E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti

E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti.

sábado, 20 de agosto de 2011

"Deixa eu pintar o meu nariz..."



A mais genial de todas as músicas do Camelo. Um típico exemplo de que somos atravessados pelo Outro (ora ideologia -Pêcheux, ora linguagem-Lacan). O cara sabe o que faz! O cara é fodástico...

Todo Carnaval Tem Seu Fim

Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo
Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo
Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz
Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

"Nessa espera o mundo gira em linhas tortas..."







Casa Pré-fabricada
A música romanticazinha mais linda dos Los Hermanos. Me rendi a essa música e a capacidade de compor de Marcelo Camelo, um autor que foge das breguices de quem fala de amor. Um gênio!


Casa Pré-fabricada

Los Hermanos

Composição: Marcelo Camelo

Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos
Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela, a primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota
Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um tanto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais





PERFEITAAAAAAAAAAAAA...

Quem matou a Norma?

Essa semana não teve pra ninguém, minhas atenções estavam todas voltadas para a última semana de Insensato Coração. Ontem, então, nem o aniversário do meu sobrinho, cerveja no 0800, primos in loco me afastaram da frente da TV, afinal era o último capítulo e o mistério ia cessar: quem matou a Norma?
Minha aposta era no próprio Léo, por toda obviedade de motivos que ele apresentava. Outros apostavam na Jandira, pois ela poderia crer que a Norma a deixaria rica. Também ouvi falar em Tia Nenê, Eunice e Ismael. Mas, quem matou foi a Wanda sob alegação de que a mãe faz tudo para salvar um filho.
ADOREI a exposição doentia causada pelos autores!
Mas preciso alertar que discordo, afinal uma mãe mata, mente, explora, corrompe e trai por um filho? Que filho ela esperava ter, então?
É um alerta, óbvio. É também um retrato da decadência de muitos e muitos valores familiares. Uma mãe que da tudo para um filho e faz tudo por ele pretende sanar algo que ela não é capaz de dar de fato, ou porque nao teve, ou porque está ocupada demais para s preocupar com valores. Isso mesmo valores!
Recompensar um filho com presentes faraônicos porque ele passou de ano, não da. Esse filho não fez mais que sua obrigação. Trocar favores com um filho é deprimente e mostra que o filho não precisa ser razoável com ninguém, muito menos com a mãe. É por isso que vemos em jornais o sensacionalismo gritante de filho mata, estupra, espanca... a PRÓPRIA MÃE!
A Noma morreu pela indisposição e doença da mãe em proteger um filho bandido. Não precisamos ir tão longe para sabermos que isso acontece, não com a dureza de detalhes exposto pela Tv, mas com a crueldade necessária para sabermos que podemos errar e pecar por aquilo que às vezes chamamos de amor. Suzane von Richthofen é um exemplo canônico e Wanda um exemplo virtual.
Que sejamos amor, mas sejamos lição, firmeza e atenção, porque o mundo está aí para concorrer com os ensinamentos de mãe.
Quanto ao último capítulo? Lamentável...

sábado, 13 de agosto de 2011

Mude!

 
Olhe-se no espelho e mude. Mudar é fundamental a vida de cada ser humano, mesmo que isso, no início cause dor, lágrimas, transtornos. Mudar é preciso: para um apartamento, para uma casa, para outra cidade, de gosto, de comportamento, de preferências, de amor, de profissão. Mude seu projeto de vida. Mude de opinião. Aceite o que você recusava. Recuse o que você aceitava. Mude.
Seja simples, tome um porre, ria de besteira, ria de problemas, ria dos outros, ria de si mesmo. Encare-se de frente e enxergue o melhor que há de você e mude, mude o pior que lhe habita. Escancare seus medos, suas dúvidas. Declare-se. Despovoe-se, descubra que o mundo está além das 24h programadas para vivermos numa rotina estonteante. Coloque o pé na areia e aproveite para colocar o pé no chão.
Seja jovem sempre. Mude seus roteiros, seus scripts. Pode dar certo, pode da errado. Mas e daí? Temos a vida toda para mudar e acreditar. Mude de ideia. Mude de direção. Diga quantos nãos forem necessários para você ser feliz. Mas diga sim à vida, quantos sins forem necessários para você ser feliz.
A opção de mudar nos desloca de nós, de nossas vidas, de nosso mundinho de poucas opções. E nos transporta para um mundo possível e passível de mudança. Mudar remete-nos a um colóquio conosco, cara a cara com o espelho da alma.
Mude sempre. Faça a vida valer à pena. Cada minuto, cada oportunidade, faça do medo um aliado para seguir, da dúvida uma porta para a certeza e das experiências um caminho para ser mais feliz. Já dizia o poetinha “sempre podemos seguir em frente, termos outra opção de vida, dar novos beijos na boca, reconhecer outros corpos, ser entrega completa, mas a dificuldade da mudança cala-nos a alma”... Mudar é começar de novo. Comece sempre, para mudar sempre. Sós os fortes sabem que sempre podemos voltar atrás e seguir adiante. E mergulhe até a última gota no clichê: a vida vale à pena para quem sabe viver.
 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sentindo falta de mim

Uma parte de mim é coragem, a outra é submissão. Não sou inteira, tenho descoberto isso nos discursos que a vida me obriga ouvir. Sei o que tenho que fazer, mas minha parte coragem é fraca. Quero o querer, mas não sei por onde seguir. Sou submissa aos meus defeitos mais primários: egoísmo, orgulho, infantilidade... Cresci aos poucos e minha parte mais segura ainda se encontra perdida no meu passado querendo encontrar o rumo que eu não permito.
Sou medo. Sou futuro. Sou humana.
Sou coragem. Sou passado. Sou força.
Não quero o samba no pé, nem o choro, nem o rock. Meus ídolos só servem para me mostrar a filosofia da caixa de papel e do álbum de fotografia. Sou metade de mim, com uma cortina fechada para mim mesma. Não sei me mostrar embora lute desesperadamente para que alguém me veja.
Sou poema. Sou sexo. Sou poesia.
Sou história. Sou sujeito.
Uma metade menina. Uma metade mulher.
Sou conflito e decisão.
Sou a Outra. Ideologia. Parca. Decidida.
Eu preciso de mim, da minha parte que me apoiou até agora, mas ela se perdeu em algum lugar e eu estou por aqui, sofrendo sem saber que direção seguir, que decisões tomar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Na pre-tensão do evoluir...

É retórico afirmar que o ser humano é um ser evoluído. Mas a pergunta que me aflige o peito e que me atormenta desde a madrugada de hoje é: o ser humano é um ser que evolui?
Gostaria, do fundo da minha alma, ter evoluído, mas acho que me construo e me descontruo conforme as emoções que tomam o peito, que me assaltam a alma e que me fazem ver que é mais fácil reconhecer os defeitos, do que as virtudes. E esses sentimento que ocuparam horas do meu dia, tem me mostrado a duras penas de que eu ainda não sei lidar com emoções plenas. Não sei viver. E não sei pedir licença para passar.
Não sou mais aquela criança rebelde e impulsiva. De lucro do meu casamento trouxe a compreensão e a impaciência, porém carrego a terrível intensidade e imediatismo que me assola e não consola. Sou leve feito um isopor e pesado como um trator. Sou capaz de passar três horas conversando à toa e amar a conversa, mas perco o sono por pura preocupação e apreço. E daí? Daí que não evolui. Não consigo aceitar que algumas pessoas simplesmente não se preocupam, são mesquinhas, egoístas e com uma dose de maldade que atormentam, que me atormentam.
Ontem, depois de horas pensativas e morrendo de sono, decidi que valeria à pena lutar pelo menino do sorriso bonito. Uma grande e querida amiga sempre diz que vontade da e passa. E é fato. Hoje estou chateada porque ele me tratou de forma negligente, não com meu sentimento, não com minha vontade de tê-lo, mas com minha simples vontade de falar com ele. Como cobrar uma coisa de que o outro não sabe? Bem, sempre que ele quis desfilamos horas de conversa, então será que a recíproca não poderia ser verdadeira?
Não, não pode. Resgantando o início da minha conversa: o ser humano é evoluído, mas não evolui. Eu simplesmente ainda não aprendi que as pessoas simplesmente não se importam. Eu posso morrer me importando, ficar aflita após um sonho angustiante. Querer notícias. Ficar triste achando que algo ruim aconteceu. Decepcionar-me achando a pior das criaturas. Mas e dái? Quem é ele para se importar comigo? Que imagem ele faz de mim para achar que eu mereço a consideração do ligar depois de dizer "daqui a pouco eu te ligo".
Estou me colocando para baixo? Claro que não, mas depois de passar por tantas desconsiderações, já não era hora de eu ter aprendido a não ser tanto entrega?
Mas o ser humano é um ser que não evolui...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um aborrecido lugar comum...

Em uma outra postagem fiz uma ode a minha idotice. Declarei-me uma idiotinha depois de várias sessões permitindo-me ser, mas também disse que escaparia e não mais me faria valer como tal. A única forma de agir seria ser franca, deixar que o pensamento honesto escorrese utilizando-se das palavras, e assim tenho feito, situação após situação, demagogias após demagogias e, principalmente, desculpinhas após desculpinhas não passam mais impunemente. Fico chateada, aborrecida, mas a peteca não cai mais. Jamais!
Não acho que seja difícil acreditar na palavra dos outros. Embora eu seja observadora de início, acho que ninguém consegue manter constantemente uma farsa recorrendo as palavras. Sempre há um escape, um deixa, uma forma em que a palavra deixa de ser nossa aliada e denuncia aos ouvidos e percepções afiadas quem disse o que queria, com a situação que não queria. O típico eu digo o que quero e mostro quem eu sou, não querendo.
Bem, minha chateação? Nada demais. Só sei que ainda por conta das palavras, tão doce magia, é difícil se comprometer. É difícil dar sua palavra, mesmo ser ser necessário dizer "eu te dou minha palavra" e depois cumpri-la. Que chato!
Não é mais prático ser objetivo e honesto? Ser legalmente o cara? Deve ser, mas não aos olhos e percepções que não sejam meus. Eu só posso ser errada, muito errada, pois meu senso crítico não me permite burlar a minha própria palavra de forma tão trivial. Não é difícil ser honesto nas palavras.
Acho que isso acontece por haver uma confusão sentimental em relação a mim, ao que eu quero, ao que eu me proponho.
Sou tão simples de ser desvendada.
Sei levar um não.
Sei compreender um apenas bons amigos.
Sei ser amiga e pronto.
Sei dizer não.
Sei dizer o que penso e ouvir uma confissão sincera.
Sei aceitar os outros em suas adversidades.
Só não sei criar rótulos, falsas expectativas, sonhos, horizontes e amores imperfeitos, embora amores imperfeitos sejam as flores da estação.
Garoto do sorriso lindo, quem te dera me conhecer...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O resto é silêncio...

Ontem, após uma conversa de 3h com o menino do sorriso mais bonito, dei-me conta de que há tempos não me toco de várias coisas que me cercam. O pior é que são coisas que merecem minha atenção, tal qual cidadã que sou, mas que deixo por aí... ao vento!
Como posso esquecer de reclamar contra a corrupção que dia após dia infesta meu cotidiano e afeta todos os setores de minha vida? Senão me afetasse, será que eu teria que esperar 5 dias inteiros e ansiosos por uma resposta se eu poderia comprar uma moto no meu nome, com a minha renda, com minhas possibilidades e, melhor, DA MINHA VONTADE? Mas não, todos estamos sempre sob suspeitas. Somos vítimas dos pensamento maliciosos que os políticos, mal comportados, deixaram como legados para nós. A minha palavra, a de que eu sou honesta, não bastou. Precisaram vasculhar minha vida, confirmar com conhecidos, ligar para o meu antigo e atual trabalho, verificar CPF, contas em banco para me dizer "Olha, senhora Aline, seu cadastro foi aprovado". Que se lasquem, agora que me esperem!!
Uma outra coisa que me aborrece, embora eu evite perdeu um capítulo, é a falsa liberdade que as novelas das 21h vendem. Sou noveleira assumida, quem me conhece sabe, vejo, leio na internet, só falto quebrar o pescoço em banca de revista para ler a matéria da capa, converso com outros telespectadores, mas não da pra engolir assistir cenas deliberadas de sexo "selvagem" e aturar a censura acerca do relacionamento gay. Quer dizer que a marcha vulgar, desrespeitosa e que se diz organizada pode, mas beijo gay e final felizes a personagens homossexuais não? Ah, vão se lascar! Sou liberal, democrática e flexível, porém me irrita profundamente ver uma emissora tratar como uma mazela a discussão homossexual. Penso que se vai ser abordado que seja tratado pra valer. Ou toca ou não toca.
Uma outra situação deflagrada e que me aborrece é a mania que os outros tem de meter o dedo na vida alheia sem serem convidados. Ligam, passam o assunto que não lhes é da conta adiante, fazem um verdadeiro carnaval. Contudo, pensar na roubalheira do governo anterior e que está sendo continuada por esse, ninguém se manifesta. Disso ninguém fala de verdade. O pior é, como disse o menino do sorriso lindo, que tudo isso tem apoio da maior emissora do Brasil e a quarta do mundo. A Globo não quer ver pessoas esclarecidas e por isso aliena a massa com suas 5 novelas fixas, que vendem moda, bordão, sexo e detona qualquer linha de raciocínio, que poderia ser grandiosa arma para combater o título que temos de país subdesenvolvido. Não merecemos a inteligência? Merecemos sim. Só que nossa fraqueza não subtrai se quer sua preocupação com a audiência.
Estou envergonhada, aborrecida e puta da vida.
O resto é silêncio...