Ele é intepestivo e irracional. Acho até que imaturo emocionalmente. Mas não enxerguei isso há tempos perdidos. Sua presença era marcante, desde o olhar perdido na rede com um livro que se esquece de ler e tão viva na rede social que não me permitia esquecê-lo.
Mas ontem foi esquisito. Nunca tinha decidido não querê-lo mais. Eu o queria desde sempre, silenciosa, pequena, num volume de permissões, que me tornavam generosa em querer ter sem nem ao menos me querer bem. Só me importava tê-lo, desde que eu estivesse inteira, ainda que ele pela metade.
Mas ontem foi esquisito. Toda a memória contada dele teve um peso que me doeu nas costas. Suas histórias de amor, que nunca me importaram, vieram como um grito de alerta. Seu comportamento trivial em se tratar e em se destratar atravessaram-me como metáforas doloridas e esquisitas da heresia. E tê-lo deixou-me de ser tão importante, embora eu tenha sonhado uma noite inteira e bem dormida com ele essa noite.
Mas ontem foi esquisito. Ele não desejar meu beijo, depois das certezas canônicas que só eu respirava, doeram-me demais. Uma dor passageira, pois ainda acordava e pensava em uma ligação e um convite. Um pedido e uma paciência para me entender, compreender e me querer também.
Mas ontem foi esquisito. Eu não o desejei mais. Os sonhos cessaram. A vontade passou. A lembrança calou. A admiração morreu. As certezas vieram. As convicções se negaram...
E tudo porque ontem foi esquisito... Vê-lo se desmerecer e se enterrar em mais um erro, mecheu com minhas denotações tão leais a respeito dele: achava que ele fosse um cara que daria certo, um cara para andar de mãos dadas e se orgulhar de tê-lo do lado. Um cara para apresentar as outras garotas e despertar um pouquinho de atenção. Um cara que seria meu companheiro e de quem eu me orgulharia ser parceira. Um cara a quem eu farias dormir com afagos no cabelo e o faria se perder com declarações de uma paixão. Um cara para eu me perder e me achar... Um cara para chamar de meu!
Mas ontem foi esquisito. E agora ele parace habitar meu silêncio penoso de um olhar que não se deslumbra mais por ele, que não cativa, nem cultiva minha admiração apaixonada...
Ele hoje está nas minhas memórias crônicas e nas minhas declarações de amor curadas. Tudo graças(?) a ontem que foi tão esquisito.
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Corajosamente vivendo...diga-me