segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O medo que não me mete medo


Perdoe-me, medo, mas você não é páreo para mim. Você bem que tentou me fazer desistir por várias ocasiões, porém esqueceu que eu sou mais daquilo que digo, que sou mais do que seus olhos podem ver. Não é porque tenho medo do escuro, que não posso ser chamada de corajosa.
Medo para mim não é brincadeira, nem gosto de criança. É muito mais do que correr contra a maré e bem no claro. É esbarrar no difícil, saborear-se no impossível, estremecer com o erro e mesmo assim vencer. E foi isso que fiz diversas vezes. Tive medo da reprovação e por isso passei na escola. Tive medo de altura e por isso me joguei da ponte mais alta no rio mais fundo. Tive medo do escuro, por isso vaguei num sítio no breu, por pura diversão. Tive medo do desequilíbrio e por isso comprei uma moto. Medo de não conseguir a única vaga do concurso, por isso ela foi minha. Medo de não da tempo para concluir meu trabalho e por isso ele está pronto.
        Como pode vê, meu caro medo, você não é páreo para mim. Não sou invencível, mas não é qualquer coisinha que me faz parar. Nem dos meus sentimentos eu tenho medo. Muito menos da verdade. Quando você diz “não diz o que sente” eu vou lá e digo, gosto de dar a cara à tapa, faz parte do jogo. Gosto até de usar batom vermelho, viu medo?
        Bem, eu chorei com medo, confesso, no dia 01/11/2011, meu orientador arrasou meu trabalho e me disse que eu só tinha um mês para entregá-lo, mas me lembrou que era tarde demais para desistir. E quem lhe disse que eu desistiria? E quem lhe disse que depois de uma breve febre eu não faria melhor por sempre dá o meu melhor?
        E fiz. Daqui a pouco estou indo entregar o meu trabalho: dois capítulos em 80 páginas, é mole? Análise distribuída em todos os capítulos para explicar a teoria, nada de capítulo exclusivo para análise e outros capítulos vazios que não orientam nada, é mole? Enfrentei meu orientador para defender o tema em que eu acreditava e o convenci de que o par que eu propunha era bom, é mole?
        Pois é, medo, sinto muito, mas eu não sou fácil, eu não sou o melhor brinquedo para você se divertir. Mas não se afaste de mim, pois preciso de você para não me dar aquela força, quando eu menos preciso, senão fosse você eu jamais seria a “gabola” vencedora e competente que sou hoje.
        Valeu!!!

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Corajosamente vivendo...diga-me