domingo, 22 de maio de 2011

Minhas estranhas mania

Não me parece nada engraçado dizer que cada louco tem suas manias... Não gosto de me sentir louca, mas também fujo das investidas sobre minha sanidade. Porém, algumas manias minhas soam tão engraçadas e irritantes em mim, que penso como sobrevivo com elas e sem elas, saberia viver?
Imagine o tormento que é meu dia quando, em uma escapada, desço da cama com o pé esquerdo. É de endoidecer! Acho que tudo que há de ruim vai me acontecer, desejo nem sair de casa nesses dias. Outra coisa que me causa dor de cabeça é sandália revirada (acho que dessa todo mundo compartilha), não consigo passar impunemente por uma.
Mas de todas as minhas manias a que me faz mais louca é a de planejar sempre as coisas. Planejo meu dia minuciosamente: penso que horas acordar, qual será meu café, que roupa vestirei e como irei ocupar minhas horas. Planejo e faço de tudo para executá-las!
Assim como meu dia, planejo minhas coisas a longo prazo. Se eu desejar algo, batata! Vou pirar até conseguir, sofro até de tão cabeça dura que me faço. Parece um horror! O pior nisso tudo é quando as pessoas tentam me tirar da rotina, é uma mania que virá piração e enjoação aos olhos de quem não me conhece e se conhece não entende!
Se saio, dou-me a hora de voltar, só desviar caminho se isso tiver sido inserido na rotina, senão, paciência, tem que valer à pena, muito à pena, diga-se de passagem para que meu território sofra essa terrível invasão. É aí que entra meu lado antipático e que me faz tentar mover céus e terras para compreender por que as pessoas querem que tudo funcione a seu bel prazer e não compreendem e julgam quando a pessoa diz não querer acompanhá-las? Juro que conto até 10. Como eu disse, tem que valer à pena a escapada dessa coisa me prende.
É uma mania! Não há outro nome. E a sensação que me possui é a de que algo vai acontecer se eu insistir em fazer o que não planejei. Pode? Coisa de doido? É, pode ser, mas aí vem o clichê que mais me endoidece: Cada doido com sua mania!

terça-feira, 17 de maio de 2011

O show de truman

Tomo atitudes que às vezes ora me desesperam,ora me entristecem. Sou uma pessoa antipática por natureza, não que isso seja transparente em mim, na maioria dos casos sou legal, mas a pior parte de mim em um primeiro encontro é observadora, instigadora e julgadora. Detesto isso, no entanto essa postura tácita é meu calcanhar de aquiles mergulhado numa personalidade tão conspiradora para a alegria.
Faz tempo que não me lembro de ser natural num primeiro encontro, de ficar à vontade, e não restrinjo aos primeiros encontros amorosos, falo de encontros de modo geral, assim conheci e "amei". Ouço tudo, vejo tudo, noto tudo e o ruim disso é que dificilmente me engano naquilo que julgar. Ora, mas quem sou eu para julgar alguém? Ninguém importante, é fato, mas creio que essa postura descompostural me protege de muita coisa e me livra de muitas chateações, bem, às vezes.
Se conhecemos alguém, não conhecemos impunemente. A maioria das pessoas chega em nossa vida sobre árduas observações dos olhos alheios e os adjetivos sobre os outros não são discretos, geralmente discorremos assim sobre quem iremos apresentar: "pensa numa pessoa gente boa", "meu brother", "pessoas super legais", "uma amigona", etc. etc. etc.Acho que é aí que se concentra minha antipatia, não ser um encontro fadado ao julgamentos do acaso.
Por que simplesmente não apresentar? Conheci pessoas que me foram apresentadas como as mais fantásticas do mundo, e não demorou muito para uma verdadeira CPI ser aberta para julgar suas falcatruas de caráter. Outras, que me foram apresentadas como a mais humilde de todas, mas de repente não mais que de repente "me leva que eu vou sonho meu" uma larápia cheia de avareza. Vi outras tantas que carregavam tanto pó compacto, que só ao apagar das luzes (ao cair das máscaras) compreendi o porquê do disfarce.
Vi outras que não cheiravam bem (metáfora, heim, povo!), mas que não me imagino sem suas amizades. Outras que só foram apresentadas num simpes "Olha, esse é um amigo meu" e que me roubaram o fôlego d etão leal, surpreendente e parceira que são. Acho que essas coisas também compõem o recital chamado mágica da vida, ou será à toa que inseridos num verdadeiro show de Truman, sempre de relação em relação, encontros e desencontros queremos achar a saída e termos um verdadeiro final feliz?
Aí é que está. Minha antipatia, por hora, tão deliciosamente indelével é assim: julgar para ter um final feliz. Quem é que quer se aborrecer se pode se proteger?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ela que não sou eu

Hoje recebi uma missão no mínimo inusitada: escrever sobre ela a partir do meu ponto de vista.
Para ser mais simples: devo fingir que sou ela (uma amiga) e dizer o que penso de mim (sendo ela). Deu pra entender? Bem, vou assumir outra personalidade (impossível, isso!) e dizer quem eu sou nessa outra personalidade. Claro que não será uma avaliação imparcial, mas há um preço a se pagar. Pra frente:

Vivo me subjulgando. Da minha serenidade palpitam as mais serenas loucuras, ora imprevisíveis, ora absurdamente previsíveis. No quesito defeito, não sou diferente de nenhum ser humano, pactuo da máxima de quem é que não erra. Mas eu, nossa, cometo coisas absurdas por amor. Imaginem, estou num relacionamento que me leva em segundos do céu ao inferno, mas que eu adoro. Adoro inclusive as chateações que ele me causa, tanto o é, que bato o pé, chuvisco reclamações, sofro de dor no peito, mas logo logo lá estou eu rindo pelas paredes com o retorno do que não foi. Ou pra ser mais precisa "a volta dos que não foram".
Sei bem que essas coisas não me fazem bem. Vivo em dúvidas, vivo em conflitos, mas meus maiores conflitos são internos, sofro por coisas que só sei por previsão, só imagino como seriam, é aquele famoso sofrimento por antecipação. O real, o concreto dele não sei e temo saber, confesso. Posso até ser julgada como covarde, mas as escolhas que fiz me empurram exatamente a essa direçaõ de me fazer sofrer pela previsão. Nesse campo, o sofrimento é inevitável, o que não é inveitável é o meu tão tumultuado terrenos amoroso.
Olha, eu me dou cada desculpa para não assumir definitivamente que eu amo estar com quem estou e que pouco importa os conflitos que nos ferem. Ressalto que eu amo estar, mas eu não o amo, isso eu sei. Quero estar, mas ao mesmo tempo isso não é o suficiente, não me contenta devido às inúmeras opções de voos que aparecem e eu fico super tentada a embarcar. Senão fosse assim, pq me roubariam tempos de reflexão?
Bem, sou também viviada em relacionamento, deposito minha felicidade no estar com alguém, se não for assim não ta legal. Mas sou super amiga, super filha e super irmã. Ah, e super neta tb!
Não me acovardo, mas às vezes queria que o tempo parasse, o mundo não girasse até eu resolver meus problemas, achar meu lugar no mundo e viver sem a sensação de tempo perdido. Preciso entender que não devemos nada aos outros, senão a amizade. Viver um amor por comodismos, por falta de vontade de viver é falta de amor próprio e isso eu preciso inscrever em mim, senão to lascada!

Ai, sei não, tentei ser imparcial, descrevê-la pelo o que ela se descreve pra mim. Tomara que seja assim

Na frente do espelho

Às vezes gostaria de sugerir a algumas pessoas que se colocassem em frente ao espelho para ver se aquilo que se conferem é aquilo que veem quando cara a cara consigo mesmo. Parece loucura, mas não é. Narciso o fez e se apaixonou por si, mas deixou um legado de egocentrismo, que enojam qualquer moral socialista. A bruxa da branca de neve não suportou saber que sua imagem não era a mais bonita e na frente do espelho desejou a morte de sua concorrente. Nero descobriu o pior e o melhor de si e acabou com Roma por vaidade e necessidade.
Segundo os simbologistas, o espelho representa a verdade do mundo, a sinceridade e a pureza da alma, por isso é comum utilizá-lo para autocontemplação e reflexão. Não proponho uma autocontemplação hollywoodiana, na qual a aparência física é o que importa. Seria como se degustar com uma autoajuda praticada cara a cara conosco. Nesse modelo, dispensaríamos os manuais práticos de auto ajudas que esbarramos por aí e que vendem como água: pessoas que nos falam sem que nos conheçam e nós, reles e desinformados mortais, A.D.O.R.A.M.O.S (ah, eu me excluo dessa lista, porque detesto esses tipos de manuais cheios de clichês vulgares do cotidiano).
Voltando a questão. Será que as pessoas conseguiriam encarar seus defeitos, crueldades e fraquezas? Será que conseguiriam encontrar explicações para elas? Será que as pessoas reconheceriam suas qualidades? Será que as pessoas beberiam seus acertos sem querer tocar fogo por aí?
É delicioso e cruel se olhar,  deliciar-se com o melhor e o pior de si. Não é como comer seu prato favorito e dizer que amou, ao contrário é se expor, é se entregar, é dar a cara a tapa e ainda assim se amar, ou se odiar.
É se colocar cara a cara com a verdade  e se valer dela para o bem. O exercício do espelho não é tarefa fácil, é um jogo de "eus", de autorevelações, mas que todos deveriamos nos proporcionar, às vezes para lembrar-nos que não, o mundo não gira em torno de nossas vontades e necessidades, ao contrário ele é maior do que nossa vã filosofia possa imaginar. E na sua imensidão, somos átomos significativos, passíveis de mudanças, de mutação... Ficar na frente do espelho é o maior benefício que podemos nos dar. Vale à pena!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Eu era órfã de filho!

No último dia 30/04 meu filhote fez 5 anos de vida. 5 anos de presença intensa em minha vida. Antes de ser mãe eu achava que sabia tudo, todas as regras, todas as respostas, todos os mistérios, até ele chegar, plantar seu lugar e me mostrar que eu não sabia nada. De fato não sabia mesmo!
Não entendia nem de amor, muito menos de amor incondicional. Não adiantou eu treinar com sobrinhos a arte de trocar fralda, se muito mais importante era eu entender a língua com que ele veio "configurado". Porém, isso tudo era detalhe. O bom mesmo foi a entrega a essa relação. Minha vida era vazia e eu nem sabia. Quando ele chegou descobri o prazer do banho da chuva, de dormir de conchinha, de chorar com um filme da xuxa. Ele me ensinou a rir de bobagens e achar o máximo me lambuzar com os restos da cobertura do bolo de chocolate. Ele me ensinou o quanto é bom ser corajoso e enfrentar os monstros espaciais que pousavam todas as tardes nos nossos quintais - lutei contra esses mosntros incansavelmente e no fim estava esgotada jogada no chão.
Graças a ele nunca mais disse "eu te amo" à toa. Amor é coisa de verdade, coisa séria que deve ser dito sentindo e não por brincadeira. Tanto o é, que poucas vezes eu o ouvi dizer eu te amo sem se deliciar com esse sentimento. Devo-lhe também o dom de conter sono e a renovação de minha fé. Foi ele que me aproximou mais de Deus e Nossa Senhora e me mostrou que se eu pedir Eles atendem mesmo.
Hoje sei que nada, absolutamente nada em minha vida tinha sentindo. Eu era egoísta, fazia as coisas pensando exclusivamente em mim. Hoje penso nele, faço por ele e estendo isso aos meus pais: o quanto não os ensinei as coisas e eu antes da chegada do Victor não tinha noção disso.
Eu o amamentei, troquei suas fraldas, velei seus sonos, aprendi sua língua, mostrei-lhe o dom dos primeiros passos. Eu caduqei com seus avanços, escolhi(o) suas roupas, mudo seu cheiro, preparo sua comida, cubro-lhe de coragem. Eu leio suas histórias, ensino-lhes as primeiras palavras, faço-o dormir, levo-o a escola, de conchinha vemos desenhos.
Ele me ensinou a ser mais humana, a ter mais fé, ser solidária. Ele acabou com minha solidão, mudou meus valores, ensinou-me a determinação e a ter paciência. Ele me mostrou o que é o amor. Ele me ensinou a sorrir e a ver a vida com mais leveza e alma e não com os olhos da efemeridade. Ele me emprestou seu colo, sua luz, sua devoção para que eu entendesse que agora sim eu tenho vida.
Sem ele eu era órfã, não havia entendido porque estava no mundo, agora eu sei.
Sei que eu o amo, sei que tudo vale à pena, sei do lance da alma, sei não valorizar as aparências, sei pedir perdão, sei lutar pelos meus ideias. Sei que ele modificou minha vida.
Eu hoje sou amor, inteira e feliz e se nessa vida eu não tivesse esse amor eu não teria coragem de desbravar o mundo.