Se "na natureza, nada se cria tudo se transforma" (Lavoisier), por que não compreender o amor como uma transformação cotidiana de sentimentos tocados? Graças a mídia, somos forçados a acreditar na felicidade amorosa a partir de um encontro extraordinário. Encontros sem graças (leia-se comuns) e amor construído não são exemplos suficiente para construir uma história com sabor protagonista, real, avassalador. É preciso roubar o fôlego, ter química, causar brilho no olhar no primeiro encontro, ocasionar frio na barriga, enfim... amor que é amor proporciona experiências surreais.
Não, isso não é amor! Quando amamos, amamos sem obrigação, sem retribuição, sem constragimento. Amamos porque simplesmente amamos, sem maiores explicações. E amor que é amor se constroi no dia a dia e não na idealização da pessoa amada, você ama simplesmente pelo que a pessoa é. Você ama o cheiro que ela inspira, o sorriso que ela lhe derruba, o esforço de suas rimas na ida ao trabalho. Você ama a forma como ela invade seu pensamento, pelas músicas que ela não compôs, mas que você entende como sua. E no contrário que se inspira, precisamos saber que o amor não machuca, não atormenta, não inibe, não envergonha. O amor só faz bem a quem o tem!!
E se o amor não acontece em uma relação, pode-se amar mesmo assim, na certeza de que não se ama só. Já diria essa linda canção "mesmo que você não esteja aqui, o amor não há de ir embora". Ama-se pela felicidade do outro, pela sua vitória, pela sua tranquilidade, pela sua paz de espírito. Quem ama, conhece que não há o tempo do amor, ele é tão livre, quanto o livre arbítrio. O amor acontece no pensamento e na vontade de estar, mesmo estando só.
Quem ama, sabe que, em algum percurso da vida, que nem sabemos precisar, temos a certeza que a pessoa a quem dedicamos tanto amor, acaba por fazer parte da gente, da nossa história e que, por isso,
mas nem só por isso, o amor será eterno enquanto durar. Quem ama, nunca está só. É por essa certeza que Tom disse que "fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho".
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Corajosamente vivendo...diga-me