segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Eu estava uma delicinha


            Pensem numa mulher com ego massageado pelo perfeitinho fim de semana. Pois é: sou eu. Quinta, eu, mais duas amigas e uma professora da Universidade Federal de Goiânia, a Lurdinha, fomos fazer turismos em solos paraenses. Aportamos numa noite às avessas. Fomos delicadamente apresentar-lhe Belém e até (re)conhecemos a cidade das mangueiras com os olhos de um turista. Mas, não é esse o teor do post e sim que eu estava uma delicinha. Vejam só a discrepância: estava “jogada”, depois de um dia inteiro trabalhando no congresso, que já mencionei aqui, aquele que me esgotou as forças, mas mesmo assim fui, cheia de sorrisos, graças e palhaçadas. Todas nós cheias de ótimo humor (em se tratando de nós, não poderia ser diferente).
            Estava determinado unicamente por mim que eu seria a última opção de cantada, visto que estava sem banho desde às 6h, trajava calça jeans e camisa do evento. O cabelo arrepiado denunciava o sair de qualquer jeito, o rosto evidenciava o excesso de retoques de maquiagem, enfim estava um horror. Porém, não é que após sairmos da Casa das Onze Janelas e cruzarmos com dois super gatos e soltarmos o tradicional “delícia” os rapazes ouviram, riram e um deles veio nos cumprimentar e pedir meu telefone. E o melhor: ligou! Apenas hoje, o que me fez achar nesses últimos dias que ele só foi ali tirar uma ondinha, ser simpático e até educado, ou seria sedutor. Mas na hora rimos da ousadia e atitude dele. Foi um perfeito gentleman. Adoro... No telefone a conversa rolou solta. Ele nas horas vagas é músico, pode? Rsrsrs Estudando para ser regente. Só espero não ter que dizer com a cabeça enfiada no braço “lá vem o Rafael”. Bem, mas é um prazer conhecê-lo. E fugi da rotina da senhora pizza aceitando seu convite para um sushi e já sei que irei passar vergonha por não saber pegar no rashi. Ai, que meda!
            Continuando as aventuranças do fim de semana, no sábado, pós-congresso, caímos no samba. Cheguei intimidada pela fama do local, mas depois de umas cervejinhas e a recorrente animação do meu povo, me joguei. Curti totalmente. E fui assediada. Um chegou chegando e ficamos, ah fiquei, normalmente não fico com ninguém em festas, mas o garoto era uma delícia, só que doido de marré marré. Depois de praticamente uma hora que estávamos juntos, tivemos nossa primeira DR, ele entrou em crise comigo. E eu? Rolava de rir daquilo que entendi como palhaçada. Para que ele desestressasse e se convencesse de que eu sou feliz dei uma voltinha inteira no quarteirão com ele, o convenci a voltar ao pagode, mas ele cismou em querer que eu fosse a um aniversário com ele. Eu mereço! Ria, rolava de rir. Quando ele resolveu ir embora, pediu meu telefone e eu por prevenção dei um número qualquer, que não era o meu, obviamente. Vamos combinar que adoro intensidade, mas desse jeito, to fora. Depois ainda no mesmo pagode, fui tirada pra dançar com outro gatinho que soltou “você é muito bonita” e eu que não me dou respeito (mas tenho quem me respeita kkk) devolvi o elogio dizendo “você também é muito bonito”. Trocamos telefones, para esse que se mostrou quieto, dei o número de verdade, mas não ficamos, galinhagem a essa altura da vida não rola de jeito nenhum. O amigo de minha amiga também chegou e pediu meu telefone, dei...
Ah, paciência! Não sou periguete, mas essa sensação de olhos de bonitos em cima de mim, me fizeram curtir, renovar-me e pensar por que não? É claro que agora é o momento das coisas voltarem ao seu lugar e combinar com a minha despachadeira de romances o que fazer caso eu me meta naqueles rolos em que eu sou campeã de me meter.
No mais, vou curtindo o recesso até o dia 09/10. Meu fígado e estômago pedem paz. Mas retiro-me com agenda cheia e adorando saber que estava uma delicinha. A dona do ego que volta ao normal!

domingo, 25 de setembro de 2011

Sábio...

De volta para o meu aconchego

Após uma semana intensa de muiiiitttoooo trabalho, agora desconecto e volto para me importar com o mundo real que me envolve. Mas já aviso que só irei me importar com o que vale à pena, com o que me da prazer e me rouba horas de pensamentos bons. E isso inclui pessoas!
Embora eu tenha me ausentado e recebido 1001 reclamações de coisas que ficaram pendentes, todos sobreviveram e tudo permaneceu (in)nalterado. E consultando hoje minha agenda, os meus recados nos emails, bilhetes deixados, mensagens não respondidas, noto que damos importância às coisas que nem nos pedem licença para nos solicitar e que , por isso, podemos sim nos sentir à vontade em dar um não, um não livre, despreocupado, despretenso.
Causa e efeito? Adorei perceber essa situação, principalmente por compreender que no meio das pendências tem uma penca de problemas que qualquer outra pessoa pode resolver, porém foram parar ali na minha sempre solícita subserviências às vontades daqueles que podem resolver e que para evitar a fadiga mandam para mim. Devolvi tudo, que resolvam porque já me bastam os meus, que por hora prefiro chamar de chateações que irão se dissolver. Problemas tem seu peso e por isso não os quero considerar assim.
Essa minha ausência não estratégica serviu para me mostrar pontos e solicitudes que teriam me deixado rugas e até roubado horas do meu sono, mas que esperaram. Esperaram. Tudo pode esperar. Aquelas pendêcias que eu não pude resolver, resolveram-se e aquelas que só eu poderia resolver , esperaram-me e tudo no seu tempo, ali no seu canto.
Então, vou dar as coisas as medidas exatas e o tamanho que merecem ter quanto ao que me importo e se eu devo me importar. Não irei perder tempo desperdiçando emoções, grilar com pequenas provocações. E também aproveitarei para me despir de discursos que giram em torno de mim, mas dito num vazio demagogo que me entristecem...
Enfim, a partir de agora vou me importar com aquilo e aqueles que me fizerem mergulhar no espírito das coisas que valem à pena se importar. E os problemas e/ou chateações que me esperem para as próximas emoções, porque, como dito, tudo tem sua hora para se resolver.

Eu mudei um pouquinho nessas percepções dos últimos dias e deliciosamente para melhor. As pessoas difíceis e coisas complicadas que fiquem para lá, pois pior que enrugar o corpo é enrugar a alma.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Com a cabeça em outro canto...

Acabei de receber umas mensagens de pessoas queridíssimas que adoram "me ler" e que estão ansiosas pelo próximo post.

Meus queridos, perdoem-me a ausência, mas é que essa semana estou mergulhada até a alma na organização de um evento de muita importância para mim, pelo qual estou batalhando há tempos e que me deixa sem a menor inspiração para escrever, mas bem mais sem tempo.

Adoro esse espaço, esse canto, esse tempo de escrita e realização, mas até domingo estarei com uma ansiosa ausência. Depois volto, inclusive com aquelas declrações que trocamos por e-mail, já recebi várias que por sinal estão uma delicía. A partir de domingo tudo voltará às suas normalidades e escreverei minhas impressões com toda alma que sempre escrevo, escapando da superficialidade.

Mas carreguem sempre a certeza de que "eu vivo feliz, tenho amor, eu tenho um desejo e um coração. Tenho coragem e sei quem eu sou, eu tenho um segredo e uma oração..." (R.R)


Até...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mas eu não ficaria bem na sua estante








Uma releitura MARAVILHOSA do clássico O mágico de OZ de Lyman Frank Baum. A Pitty consegui emocionalizar o emocionante. Muito boa!! Sem contar que "ninguém fica bem na estante do Outro... Sintam a letra...


Na Sua Estante

Pitty

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar

Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar

Meu antagonismo perfeito...

Como já comentei em alguns outros posts, sofro de insônia. Até passei essa última semana inócua a esse mal, porém há três dias tudo voltou à normalidade e eu voltei a experimentar o desprazer de acordar de madrugada e ficar pensando nada. E o pior, com uma vontade louca de fazer piquenique na porta do meu frigobar.
Mas essa madrugada foi diferente. Acordei às 2h e me deparei com uma mensagem angustiada de que o príncipe não estava conseguindo dormir também. Não sei se ele deduziu esse meu mal, se acha que sou anormal e estaria por algum motivo acordada ou se apenas quis partilhar comigo sua falta de sono. Parece bobagem, é certo, essa minha declaração, mas confesso que fiquei envaidecida com sua falta de censura em me procurar às 2h da manhã.
E isso redirecionou meu pensamento a algo que eu venho notando em mim e nos outros: o antagonismo. Precisamos ser antagônicos para sempre termos algo em que nos apoiar. Nós dois estamos motivando um contato permanente sabe-se lá o porquê. E em conversas anteriores, falamos sobre nossa sobrecarga de trabalho e estudos e de como queríamos ser mestres (ambos estamos terminando o mestrado) e de como ser professor é um sacrifício benévolo a quem acredita que a educação é a mudança necessária ao progresso do país. Talvez esse nosso contato permanente seja nosso elo com o mundo dos normais que se romantizam.
Sempre quis o diferente, pois acho furada ser “bulada” com o igual. Mas noto que é exatamente o igual que nos apóia e redireciona e é o diferente que vem para nos fazer alertas diante das coisas. Então, precisamos de mais binários que o necessário: precisamos ter contato com o bem o mal; com os maduros e imaturos; com a alegria e a tristeza, com o raso e o fundo; com eles e elas. É exatamente o antagônico que vem nos apoiar, como eu já disse.
O príncipe é exatamente tudo que eu quero e ao mesmo tempo tudo que eu não quero. Ele é meu antagônico. Se me paparica demais e percebe minha exclusão, vem e me da uma bronca que me obriga a resgatar um bem querer aprazível. Que eu quero. Ele está me apresentando a vaidade e o céu e até me fazer suspirar e achar a coisa mais linda do mundo receber uma mensagem às 2h da madrugada, quando há meses atrás eu odiaria o importuno.
Ele me devolve à Terra, quando diz que detesta novela e vai estudar. E me diz que sou furona e que por isso agora irá me sequestrar. Acho que ele me permite sentir a síndrome de Benjamin Button, pois estou num antagonismo perfeito me adolescentizando...
E se alguém estranhar, vou Cartolandar... "quero assitir ao sol nascer, ver as águas do rio correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver..."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Me temporalizando...





"Porque o tempo é mercúrio cromo e tempo é tudo que somos"

Renato Russo

A arte do desencantamento

         Desencantar é mudar. Embora para algumas pessoas essa troca constante de opinião retrate a pouca personalidade, julgo conveniente tal mudança, afinal com o clichê de que somos bombardeados de informações com a era informacional, como não mudar de opinião com tantas mudanças de comportamento nos invadindo? É a arte do desencantamento pós-encantamento.
         Acho que Marcelo Tas foi categórico ao afirmar que “ser coerente é para pessoas rasas e vazias”. Penso que não mudar de opinião é se tornar apático e indiferente a todas as deliciosas mudanças em que mergulhamos na vida. Goeth e Goya foram exemplos claros de mudança de lado, de opinião e de atitude. Ambos apoiaram a guerra: o primeiro achava uma magnitude a Revolução Francesa, o segundo reverenciava o Napoleão, mas após experimentarem as atrocidades que a guerra acarretava mudaram de opinião, passando, inclusive, a combatê-los.
         E mudar de opinião é não ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Por isso que vivo me dando o direito de mudar, de gosto, de preferências, de estado de espírito. Isso é o retrato de personalidade sim. Porque essa atitude ativa diante da vida, mostra que acompanho o barco conforme ele navega. Já votei no PT e no PSDB, até no PMDB. Também já decidi anular meu voto. Fiz campanha para mulher no governo e me arrepiei em apoiar uma à presidência, assim como levo um susto a cada ministro demitido pelo levante da tal faxina ministerial. Faxina em meses de governo é algo suspeito. É claro que posso achar isso fato necessário depois de mais explicações que fujam ao tendencionalismo grotesco dos jornais. Mas vem cá: como que os eleitos para ocupar um cargo no primeiro mandato dela a surpreendem porque não eram confiáveis?
         Já li Paulo Coelho e o achava o mais espetacular dos escritores. Porém o combati ferozmente à vaga a academia brasileira de letras – muito retórico e superficial para o cargo. Mas para entender esse ritmo já fui coerente demais e achava até que a Lei Maria da Penha era um marco na ®evolução feminina. Precisei quebrar a cara, indignar meu peito com as danças erotizadas. Ter meu nome colocado no SPC por terceiros, ver meu país carregar índice vergonhoso de que apenas 12% da população tem curso superior, ser assaltada e feita refém, carregar abuso de andar em ônibus lotado, fedorento e quente etc... etc... etc...
         Até entender que mudar e desencantar fazem parte da dança e rebarba da vida, por isso completando o trecho ao contrário “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante”.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A melhor sensação da sexta!

Estou tendo dias agitadíssimos por conta de acúmulo de atividades. Nessas agitações necessito controlar cada emoção que circunda cada seção/sessão do meu dia. Seguindo uma (des)ordem cronológica, já bem de manhazinha tenho que lutar contra a vontade de permanecer na cama e me reorganizar a fim de correr para o trabalho. Mas antes de correr para ele, tenho que pacientemente colocar o filhote da cama e organizá-lo para ir à escola, para só então cuidar de mim.
Descronologicamente, meu dia passa ao caos: tenho que cuidar de minhas atividades no sesc, organização do II SISEL, atender mil telefonemas e resolver outras tantas mil pendências desse congresso. Estudar para qualificação, ligar para agendar aula no interior (voltei), cuidar para que a  maquiagem não borre, verificar publicações para pontuar e um dia entrar no doutorado, cuidar da minha dissertação para ser, se Deus quiser, daqui a quatro meses, Mestre. Misturada nessas emoções, atendo telefonemas de amigos, primos, mãe e filho. Ligo para amigos, primos, tios, mãe e filho. Tenho que pensar!
Nos entrementes de tudo, leio sempre o jornal do dia e algum livro que guardo na bolsa. E sempre, mas sempre, vivo sendo afrontada pela anarquia do mundo. Várias opiniões, vários conceitos, várias atitudes que me tedenciam a viver mudando de opinião. E, claro, lutar para ser no mínimo tolerada nesse mundo louco e aos olhos de quem quiser saber... perfeito sim!
E  antes chegar em casa há tempo da novela, rever o dever do filhote, botá-lo para dormir e me da o direito de um bom filme, ou só um filme, ainda tenho tempo para pensar quão bom seria tomar um chopp, uma escapada ao cinema, uma pizza, o que seja para distrair...
Parece que não tenho mais tempo? Que nada! Sobra-me tempo... Mas devo confessar que às vezes fico tão cansada, que desejo transgredir, viver algo surreal, ou simples mesmo, tal qual o banho de chuva involutário na sexta feira passada que eu tomei com a Dani.
Vinhamos na moto e fomos surpreendidas por uma chuva transloucada. Como era eu quem dirigia, a safadhenha da Dani se escondeu atrás de mim e engatamos uma sinfonia de frio tal qual debi&loide... Porém, de uma hora pra outra a chuva pareceu fazer sentido e adoramos estar nela. A louca da Dani tirou o capacete e curtiu. Eu de capacete mesmo me deliciava com a chuva escorrendo no meu corpo, mas me dando a impressão de que escorria na minha alma.
Foi uma sensação maravilhosa. Perfeita. Ideal! Uma sensação que, acho, só as crianças conseguem sentir plenamente. Fomos crianças naquele momento. Só o banho importava, só a sensação de alma lavada prevaleceu, tanto o é que o assunto se esgotou e riamos feito duas bobas.
Que bom que pudemos viver isso: o banho de chuva, a volta a infância, a alma lavada... Toparia todo dia essa sensação de renovação, mas cá pra nós... desde que eu tivesse sempre até o pescoço atarefada, porque senão o que eu faria da minha vida???

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para você: meu oposto!

Não gosto de coisas pela metade e nem de coisas não ditas. Considero que a soma dessas duas desvantagens vem me mostrar que algumas coisas, de fato, não valem à pena e que algumas pessoas não merecem meu desdobramento de atenção. Sou uma pessoa urgente, isso é fato, quando eu quero é pra ontem, mas essa minha urgência das coisas e pelas coisas não me fazem uma pessoa desmiolada, muito menos desmemoriada.
Alguns, talvez pelo fato da pouca idade e/ou da pouca experiência, se dizem e se desdizem num fluxo imperfeito. Lembro de cada conversa e cada insistência em dizer-me que eu não colocasse palavras em sua boca, frente às atitudes que eu já havia percebido. Entretanto, depois comporta-se subjugando minha inteligência, jogando com minha espetacular memória: agiu e tentou estampar-me como uma burra. Vem dizer que disse o que não disse, que me fez entender o que se quer se esforçou para fazer. Tenha dó!
O que eu não entendo são as pegadinhas e o que os outros não entendem são os motivos. Somos opostos, inclusive no comportamento e atitudes diante da vida. Sempre detestei, como já dito, coisas pela metade e sem emoções: gosto de abraços apertados, toque de mão valente, um beijo bem dado, gritos ouvidos, música no último volume e, principalmente, viver o aqui e o agora. Fujo e sempre fugi das coisas mornas, por isso tomo o trecho da carta de Laudiceia na Bíblia que diz "Seja quente ou seja frio não seja morno que eu te vomito", como uma tradução a minha repugnância a tudo que me devolve para o lugar de sempre, que não me oferece nada, nenhuma emoção, nem um passar. Se vejo que as coisas estão sempre voltando, tal qual um disco riscado, dou o sinal e desço do bonde, para já pegar outro. Sou extremada e faço o toque valer à pena: que o depois fique para depois.
Por isso, que me perguntei por que ele? Ele não me ofereceu nada do que eu esperava. Nenhuma emoção senão a que eu mesma me dei, que por sinal valeu muito à pena. Mas vi que ele se vendeu e cobrou o preço. Disse que era uma coisa e agiu de outra forma. Fora para mim o intrigante parêntese de não ter o mesmo foco e finalidades que eu. E por quê? E eu que devo bater a cabeça? Justo eu que sempre me tive como uma pessoa que vale à pena? Não... não... não...
Bem... nossas experiências e modos de ver e viver à vida compram duas vias: ou a pessoa te aceita pelo que você é (justamente as pessoas maduras e descoladas que não precisam se dar explicação, porque já experimentaram vida demais e conseguem ajustar suas retinas para a realidade da vida tal qual ela é) ou as pessoas não te aceitam. Essa opção se desdobra em duas outras - ou você não despertou interesse se quer para uma amizade ou a pessoa não consegue te aceitar por se saber muito diferente e sem forças para te conter.
Porém, como eu sempre dei aos outros o poder da palavra, porque delas eu não tenho medo, isso inclui não ter medo da verdade, fico chateada por não ter o direito da palavra me devolvido. E exatamente por essa falta de troca é que reverencio e finalmente entendo o meu queridíssimo Fernando Pessoa que disse que "quem não ver bem uma palavra não pode ver bem uma alma".
Que bom que as palavras do pequeno ora bem arquitetadas, ora bem destruídas, mas sempre esbarrando na superficialidade de um medo denunciado no olhar, me levarama enteder sua alma e a compreender que quem perdeu não fui eu!
Quem lhe dera se deliciar comigo, no meu infinito particular...







E ESTA É A ÚLTIMA CITAÇÃO SOBRE ELE EM MEU BLOG... O BONDE PASSOU E EU PRECISEI PEGAR

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão!

            Tive a sorte de ser uma criança dos anos 1980, tão famoso, tão explosivo tão reverenciado. E tenho o azar de ser uma adulta nos anos 2000, tão demagogo, tão sujo, tão esgotado... TÃO TRIPUDIADO.
            Só amargo a pena de não ter vivido a revolução cultural, artística e política daquele maravilhoso ano, mas dele carrego a parca memória de tempos bons, onde o foco não era o simulacro, mas a abertura revolucionária a tudo que pudéssemos degustar. Vulgarmente falando: era tudo junto e nada misturado. Tão, mas tão diferente dos tempos atuais.
            Em 1980, mergulhamos em acontecimentos importantíssimos, como a publicação do padrão ethernet, a ascensão dos ícones da música que diz alguma coisa, a fundação do PT, o boicote das olimpíadas de Moscou pelos Estados Unidos, etc... etc...etc... No decorrer e no final da década experimentamos mais emoções como o nascimento do primeiro bebê de proveta no Brasil, queda do muro de Berlim, movimento Diretas Já... A multidão ia às praças!
            Desses anos herdamos bons e maus gostos. Mas a galera se desfez, os grupos deixaram de tocar e a multidão ainda vai às praças, porém para dançar axé, ir atrás do trio, dançar forró universitário e fazer revolução com roupas de grifes e hits da moda. A bunda e a eguinha pocotó eram mais populares que o óculos posto numa vista cansada de ler. Os bichos escrotos saíam dos esgotos e invadiam nossos lares. Um discurso hipócrita e podre de que uma nova ordem mundial era preciso faliu a instituição mais importante do mundo: a família. O rock colorido e o corte moicano é a ação autorizada e padrão do momento. As mulheres que queimaram sutiãs por melhores salários, em outros tempos, não conseguiram se quer ser respeitadas em suas conquistas.
           Mergulhamos num irracional orgulho machista, na discrepência dicotômicas tidas como pares corretos. Assim, achamos normal ganhar tripla jornada e achar muito orgulhoso fazer tudo de salto alto. Assumir o padrão mãe solteira e achar benévolo dormir só e angustiadas com olhos que não quietam aos julgamentos. Precisar da Lei Maria da Penha para nos fazermos respeitadas e levantar a bandeira da causa. Termos a velocidade dos 1000megabyte e dia após dia morremos pelos encontros da internet provocados pela carência estarrecedora. Uma passagem fortuita e angustiante.
            Agraciamos o fator político e nada fazemos contra a corrupção instaurada pelo/no governo que fez história. Não temos amigos para fazer corrente e pintar a cara para mudar nossa versão. Publicizamos em sites de relacionamento nossa vida medíocre como a mais perfeita do mundo. Vendemos alegria, quando compramos a solidão desse mundo que abduz. Dessa década que não seduz. Dizemos-no livre, mas somos incapazes de viver a vida com todas circunstâncias em que ela se apresenta.
            Para quê? Para nos trancarmos em casa com medo da polícia e dos ladrões. Para comprarmos CDS e livros para decorar a estante e divertir uma embriaguez medíocre. Para expormos nossas bundas, fazermos movimentos incestuosos nas danças erotizadas. Para termos as crianças como consumidoras e degustadoras de tecnologia que corrompe. E para, nós mulheres, sermos tratadas de putas, porque umas de fato evoluíram e outras se perderam e confundiram a cabeça dessa sociedade que diz que aceita, o que se quer abre os olhos para enxergar.
            Teria valido à pena evoluir mesmo com salto baixo, decote coberto, paixão e casamento construído, senão tivesse existido bunda, peito, libertinagem de mulheres que se intitulam livres, mas que privam de liberdade àquelas que realmente o são, como eu!
            Viver em 2000 é delicioso, mas uma aventura incalculável, uma jornada de padrão internet, via celular, GPS tão promíscua que cortam o tesão e enganam aqueles que acham que ler, se apaixonar, discutir política, fazer economia, ter papo a conversar, assuntos a tratar é o menor êxtase que se pode experimentar. Eu sou livre, profundamente livre... faço tudo desmedido, entretanto sem explicações bundásticas para dar. Não sou intelectualizada, trabalhadora, mãe, mulher, independente,politizada, livre à toa.
            Então meu dinheiro precisa ter valor, minha independência precisava ser valorizada, minhas 12horas diárias longe de casa tem que valer à pena, meu chopp tomado numa mesa de bar precisa ser livre... porque “sou rainha do meu tanque, sou Pagu indignada no palanque” (Rita Lee).

sábado, 3 de setembro de 2011

Vivendo o por do sol



Em um sábado de julho do ano passado estava um tanto melancólica. E como certos estágios emocionais redirecionam nossa forma de ver a vida, as coisas e as cores percebi uma diferença no sol se pondo, descendo, se escondendo. É como se junto com ele minha alma estivesse também se pondo para no momento certo nascer de novo. Tive a sorte de contemplar esse maravilhoso entardecer e estar na hora certa, no lugar certo e com a máquina na mão para registrá-lo. Fiz alguns outros registros não menos encantadores e olhando-os antes de deitar, com o coração apertado, percebi que nem sempre estamos no lugar e no direcionamento certo.
Agora sentindo o entardecer, veio-me a mesma sensação de melancolia. De ausência de sentido de algumas coisas, uma saudade irretocável, um arrependimento entristecedor, a falta de um abraço e de um colo em que eu pudesse sentar minha cabeça e viver aquela sensação como se fosse a melhor coisa do mundo. Queria dar ao meu coração um lugar para se por, para ir lá passar à noite, refazer-se e voltar explêndido, tal qual o exercício e o ciclo do sol. Queria que meu coração fosse retribuído, tivesse uma chance nova, queria receber um telefonema surpresa e um pedido de vontade de me ver. Queria ser despertada com uma mensagem de saudades, com uma impressão qualquer de que eu faço falta e importo a alguém. É melancolia e sentimento de rejeição, sim, despertados justamente por eu estar no lugar e na hora errada há mais ou menos um mês. Despertado pela minha irreparável desatenção em me encantar pela pessoa errada.
E a sensação que me amarga é saber que de quem eu esperaria receber é exatamente quem nunca vai me da e de quem eu recebo é a pessoa mais maravilhosa que poderia estar em minha vida, mas que não me encantou, e isso estar me atormentando demais.
Ele me liga, diz que eu o faço bem, vem de longe só pra me ver e me agradar com chocolate, desmarca compromissos para estar comigo, da uma passadinha no fim de meu dia de trabalho apenas para dizer que precisava me ver, acorda-me com uma msg estimulante, topa a pizza tão adorada, leva coca-cola para matar minha vontade, reclama da minha ligação não dada, das mensagens não respondidas, mas mesmo assim está ali comigo. E eu insisto em olhar para o lado errado, em sonhar com outro abraço, outro telefonema, outras mensagens, outro olhar que nunca virão para mim.
Coisas divergentes, tal qual o encontro ao amanhecer do sol com a lua: cada um no seu espaço, agraciados pela distância, mas se contemplando e nunca se tocando. O que me sustenta é que pior que não ser retribuída numa paixão, é não se apaixonar nunca mais.
Apesar dessa sensação estou feliz, pois sempre tiramos lições de tudo que nos cerca, e após eu contar-lhe o porquê de minha ausência óbvia em viver um relacionamento nos moldes que ele quer, ele me disse que me espera porque eu sou especial demais para me perder por vaidade. Então, entendo que estamos sempre esperando, sempre se pondo, para renascermos e viver essa lição do sol, quantas vezes seja necessário para acordarmos de um dia nublado, transformados num alvorecer radiante que enlouquece qualquer um.
Não sei se viveremos algo, se trocaremos o beijo e as juras que ele espera. É bem capaz que viverei isso, pela minha característica óbvia de não contar e nem perder o tempo.
Mas no momento digo a pessoa errada, plagiando o Oscar Wilde, que se você não se atrasar posso lhe esperar a vida inteira.

Fabiana e Bruno

o-amor-e-lindo.jpg



Não que eu seja maléfica hehehehe Mas se tudo der certo, esse casal de corpos lindo vai embagulhar e só eu estarei linda de corpo sem concorrentes. Mas por enquanto, eles são lindos e sei que sempre serão legais e divertidos. Quando estava chegando com mil coisas na mão à aula de mestrado, ela pegou meu not e disse "Você deixa eu ver meus e-mails?" Achei um abuso, pois nem tinhamos contato. Mas depois acabei indo parar na mesma equipe que ela para um trabalho do queridíssimo Sid Facundes. Pronto, grudamos. Viramos amigas mesmo os grupos de pesquisa sendo divergentes. Tomamos cerveja, fizemos hotdog antes dos estudos, ela dormiu em casa de ressaca, eu a ajudei em um momeno difícil, ela me apoiou sem pre que precisei e hoje sei que ela é uma amiga, aliás uma grande amiga que preenche meu colorido daquilo que chamo de vida!

Sexo!!

Ontem, durante umas cervejinhas com pessoas muito especiais, o assunto se alocou num papo delicioso sobre algo mais delicioso ainda: sexo. Tudo depois de um colega dizer que adoraria fazer sexo com a Galisteu, mas que não faria de jeito nenhum com uma mulher fruta. Uma amiga emendou dizendo que adoraria fazer com o Thiago Lacerda, mas que correria do Faustão. E me perguntaram com quem eu faria e não faria. Tentei escapar dizendo-lhes que pensassem em pessoas reais, palpáveis, do dia a dia, que aí sim eu falaria com que faria ou não. Toparam.
            Fizemos nossas revelações, que foram lacradas ali numa mesa de bar. E depois, aproveitando o embalo e o encorajamento etílico, passamos para o papo fantasia sexual. Todos ficaram pasmos e, creio, excitados, até, com a conversa, em especial em ouvir as confissões das mulheres que, como os "meninos" disseram, sabiam que faziam mas não com a permissividade e sugestão com que estava sendo revelado.
Ora, mas sexo é sexo! É bom a qualquer hora e em qualquer lugar, feito por gente que se atrai, ´que se gosta não é? E feito por gente que não se atrai? Fazer por fazer? Ah, não rola! Sexo é questão de pele, de toque, de gosto... A química tem que estar pronta para provocar o aquecimento da troca do olhar, do jogo da conquista. E tem que ser delicioso, tem que ter alma, aconchego, cumplicidade. Com colo depois, chamego e o outro dia. Sexo é bom faz bem a pele, aos dentes, ao ego! Não entendo mesmo como há mulheres que conhecem um carinha e na mesma noite acabam na cama com eles, permissividade demais quebra todo o encanto...
Como já tratei desse assunto em outro post, não irei me estender, recorrerei ao Luis Fernando Veríssimo para apoiar meu pensamento sobre o assunto:
Dar é dar.
Fazer amor é lindo,
é sublime,
é encantador,
é esplêndido,
mas dar é bom pra cacete.

Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca,
te chama de nomes que eu não escreveria,
não te vira com delicadeza,
não sente vergonha de ritmos animais.

Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar,
sem querer apresentar pra mãe,
sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.

Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral,
te amolece o gingado, te molha o instinto.

Dar porque a vida de uma publicitária em começo de carreira é estressante, e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar,
para apresentar pra mãe,
pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha amor?".
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda,
muito mais do que
qualquer coisa,
uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa,
cura o mau humor,
ameniza todas as crises e faz você flutuar
o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.

Se você for chata, suas amigas perdoam.
Se você for brava, suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Mas... experimente ser amada