segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E quem entende?

As coisas não são mágicas, também não são enfeites, muito menos confetes. As coisas são o que são e pronto e ponto final. As pessoas não são acessórios, também não são diversões, muito menos ferramentas. As pessoas são o que são e pronto e ponto final. Exatamente por isso que as coisas e as pessoas devem ser tratadas com a diferença que as unem, que as espreitam e que convergem para a sustentável leveza de quem o é, porque é, porque quer...
Pois bem, há mais ou menos duas semanas que venho recebendo umas ligações esquisitas, umas mensagens desrespeitosas, umas farpas sem sentido. Acho que a pessoa queria me descobrir, mas sem ser descoberta. Porém, ontem à noite, ela esqueceu de tirar o identificador de chamadas (era assim que sempre vinha a ligação) e me ligou com o mesmo velho papo das ligações anteriores. Como eu já tinha o número e já sabia quem era, ao me despedir disse "Boa noite, fulano!", que tomou um susto e disse que eu estava enganada. Precisei alertá-lo de seu erro crucial e ele se desesperou.
Não o xinguei, não me estressei, não me igualei. Mas a razão de ele estar fazendo aquelas ligações foi questionada e respondida, para minha surpresa. Para situar a razão, vou fazer um breve resumo:
Há um ano, mais ou menos, eu e essa pessoa eramos "namoradinhos", mais assim modernos e adultos. Como não tinha nada definido do que eramos, eu  não me via na obrigação de partilhar com ele minha rotina, meus afazeres, minha boemia. Claro, que quando eu ia sair, eu sempre o convidava e vice versa, mas não me prendia nunca, como disse não tinhamos nada definido. Ele agia da mesma forma. O que era normal.
Um dia ele me convidou para comermos algo e durante nosso papo ele me disse que eu era livre demais, e seu comportamento em relação a mim mudou quase que simultâneo com essa afirmação. Era como o meu "livre demais" lhe fosse uma ofensa. Após essa conversa, ele passou a me tratar simultaneamente como uma coisa e uma pessoa. Seus telefonemas pararam e nossos encontros passaram a ser escassos, mas contrariamente a isso, ele passou a me ligar de madrugada para questionar meu sentimento por ele. Até que eu me cansei da palhaçada e antes de desligar o celular nas madrugadas, deixei claro que não tinhamos mais nada, absolutamente nada.
Estava tudo bem, até ontem. Quando lhe questionei o porquê de tantas mensagens idiotas e ofensivas, além de telefonemas ridículos, ele me disse que era porque eu o "deixei falando só". Que ele demorou para entender que ele não sentia só carinho por mim, mas que ele gostava de mim, só que eu sai assim sem pedir licença, dar explicação, ou uma chance. Agora me diz: um cara que gosta de uma pessoa, para conquistá-la, precisa machucá-la? Para mim, isso é outra droga.
Ele estava porre, talvez nem se lembre das coisas que me disse, do convite que me fez, do pedido que me lançou. Talvez não lembre da situação que ocasionou meu afastamento. Talvez não entenda que algumas pessoas vão embora depois que cansam de um falso relacionamento. Talvez não entenda que as pessoas precisam se sentir pessoas e não coisas. Talvez não entenda que ninguém é enfeite, acessório ou confete. Talvez não entenda que as pessoas precisam estar em nossas vidas por uma razão e nós precisamos lhe fazer bem, porque senão elas vão embora, como eu fui.
Ele me perguntou se hoje eu o namoraria (pergunta que era para ser feita há um ano) e eu disse que hoje não, porque já sei de mim em relação a ele e sei quem eu sou para ele: uma coisa e uma pessoa!
E é foda quando eu me sinto assim, porque eu dou as costas e não olho para trás. E quanto a eu ser livre, que pecado há na liberdade bem vivida?
E ele só tem 46... maduro? Só sei que ele é uma prova quem maturidade nem sempre chega com a idade.
E a insistência cessará? Não sei...

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