Adoro inspirações literárias, embora delas não seja uma perdida pupila. Não sei rimar, não sei escrever poesias, nem brincar com as metáforas, nuvens e rios. Mal sei me definir. Mas se eu tivesse que me inscrever em algo para me dizer por aí, pediria que vissem meus livros. Estão ali meu gosto pelas aulas de Histórias encantadas, assustadoras e tristes, que me envolvem. Os livros, todos tocados, que são parte de mim, herança do meu filho. São livros para chamar de meus e que sei que não me fazem uma insignificante página de cimento.
Mas um, em especial, me chamou de volta. Não gratuitamente, nem apressadamente, apenas singelamente, dando-me a impressão de que eu cochilei em todas as páginas que li, pois dele falavam e eu vacilava na concordância do que se tratava: A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.
Lendo uns blogs sobre o Holocausto e Hitller, vi que alguns blogueiros citavam praticamente todos os livros sobre essa temática que eu tenho, como A história de Eva, O diário de Ann Frank, O menino do pijama listrado, A história do livro, A lista de schindler, A rua das estrelas amarelas e A menina que roubava livros. Entrei nos fóruns de discussões e um deles me chamou a atenção, pois todos diziam que o mais sofrido e cruel era o que tratava a história de Liesel Meminger. Achei um absurdo, uma falta de sensibilidade, uma falta de conhecimento. Mas as discussões eram tão calorosas que resolvi retomá-lo.
E acho que a crueldade não foi percebida por mim, devido a poesia com que a morte conta esse livro. A delícia com que as palavras se desenrolam, que deixam o holocausto mais leve e menos denso, mas não menos cruel. Ainda acho que foi a época mais cruel e sem justificativa contra os seres humanos. E só agora entendi o porquê de meus pesadelos e lágrimas quando li os depoismento de Eva.
Vivo dizendo que gostaria de ter tido minha adolescência na década de 80 pela curtição do rock'n rool. Volto atrás, queria ter sido a adulta que sou hoje vivendo na década de 30, pois sei que não me calaria à opressão. Não seria de forma alguma uma Olga, uma Eva, muito menos uma Liesel, mas sei que teria minhas marcas nas costas e na alma, pois seria tão escancarada para a verdade, generosa com o que entendo por sentimento humano e exerçora da compaixão, como sou hoje.
O livro é tão lindamente contado, que às vezes até me parece um abraço. Um braço na história, dentro de uma história. Por isso, nnehuma crueladae praticada por Hitller pode ser esquecida pelas manobras podres do ser humano. A história aconteceu e precisa ser lembrada!
Não são as minhas roupas que me definem, e sim o que eu leio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Corajosamente vivendo...diga-me