sábado, 25 de fevereiro de 2012

"Livridade" de expressão

Ser livre é uma coisa arriscada, madura... LIVRE! Hoje tive umas vontades estranhas e até dei graças por ter riscado certas opções de minha agenda, porque do jeito que sou teria feito valer minha liberdade de viver aquilo que me é oportunizado viver, mesmo que isso depois significasse arrependimento. Mas nesse vai e vem da vida não me resta compreender as vontades e sim as opções.
Ser livre é ser dual: é ter medo de altura e pular de bung jumppe; é ter medo do escuro e vagar pela minha casa no breu altas madrugadas; é detestar maniçoba e comer um prato até lascar; é ser precavida e contar com a sorte; é me apaixonar e querer distância; é ter com quem contar e querer o isolamento... É ser isso e ser aquilo ao mesmo tempo!
É me deliciar com o pecado e ter a certeza que é tão bom não ser divina. Hoje me senti livre, nova e renovada. Sei que não me basto, sei que tenho ao meu redor pessoas maravilhosas que me querem bem e a quem eu quero bem, sei que amo e sou amada, sei que sou moda e cafona. Sei... sei... sei...
Mas ser livre é não ser livre, afinal ninguém o é. Talvez confundamos a ideia de liberdade ou "livridade" por escaparmos ao tradicionalismo social. Se temos que andar bem vestidos, vamos, então, usar as roupas mais desgastadas. Se temos que namorar, vamos pregar a liberdade sexual. Se temos que ser exímias donas de casa, vamos negar de uma vez por todas o rótulo de amélia. Ser livre é coisa muito séria. E ser livre aos preceitos de quem acha que o é, nada mais é que viver intensamente o outro lado da moeda, desautorizados por muitos.
Se achar que ser livre é não dar satisfações, piorou a concepção que temos, pois pior que ser pseudolivre é estarmos tão presos a outras coisas que julgamos como permissivas, novos conceitos, escravidão ao luxo do dinheiro, chefe chato, distância e saudade há. Ser livre é coisa muito séria.
Poucos conseguiram ser livres, se desvencilhar de rótulos, ter seus amores vividos, suas amizades valorizadas, sua cabeça erguida, ter uma teoria lançada e comungada (olha a prisão novamente). Poucos disseram, fizeram e não se importaram com o resto. É, ser livre é coisa muito séria!
Eu acahava que eu o era com todas as minhas forças, só porque eu podia entrar e sair a hora que eu quisesse, porque eu não precisava dar satisfações para namorado/marido, porque eu pagava minhas contas e meus sapos, porque eu me responsabilizava por aquilo que conscientemente fazia e inconscientemenete louvava com a inconsciência. Porque eu lavrava e lavava no rosto, na alma, nos pés. Porque eu estava além de uma consciência cultural de muitos que me rodeiam.
É fato: "quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria" era só um deboche de Renato Russo, afinal quem vive em marte que atire a primeira pedra.

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