A idade traz, além dos cabelos brancos e rugas, autojulgamentos nada brandos sobre nossa conduta social. Ao menos é o que vem acontecendo comigo. Mais do que nunca tenho me questionado sobre minhas conquistas, aquisições materiais ou não, parcerias, cultura e velhice. E se eu tenho algo conquistado. Às vezes me aasombro com o que tenho em mãos, em outras horas fico tranquila por me ver cavalgando no caminho certo.
Há tempos deixei de me deslumbrar com as coisas mundanas. Na verdade, apenas mudei o foco, pois as coisas mundanas que hoje me fascinam são outras. Mas essa transição foi calma, segura e na época e na medida certa. Não sou ranzinza, mas hoje sei bem que esse papo de viver o dia como se fosse o último é para os irresponsáveis, ou para os que tem dinheiro, ou para quem não tem contas a pagar e seu sustento e futuro não dependem de si. Aprendi há tempos que o impulso e a desmedida são inimigos da sanidade.Tenho apreço por um futuro tranquilo. Em vista disso, estou fazendo minha vida tranquilamente, sem grandes pompas ou deslumbres, mas já peneirando o que e quem eu quero por perto.
Amigos, só os que me interessam afetivamente. Pessoas, pode parecer um ato egoísta, mas preiro ter meia dúzia por perto, do que estar cercada de pessoas que não me interessam, por serem desinteressantes. Já sei que não quero nada raso, boemias, coisas mais ou menos, perspectivas passageiras. Quero o riso e a alegria, mas sem mil palhaços no salão. Não quero nada que sulgue minha paciência e que me torne intolerante. Nada de fantasmas e nem de miúdos. Não quero estar cercada por pessoas que só me acham uma coisa e que me veem como a piada, a mais divertida e a que a saída faz falta.
Quero pessoas que me deem a mão e um fôlego. Que me façam propostas para uma noite de drink e para uma transformação de vida. Quero ser lembrada pela companhia agradável, madura e alegre, que sabe que aquilo que se vive por uma noite pode nos atrasar por uma vida toda. Quero ter somas e multiplicações cultural, profissional, amorosa, fraterna.
Quero ter a minha casa no campo, "onde eu possa guardar meus amigos, meus livros e discos e nada mais". Porque tudo que é mais ou menos, não é nada. A maturidade ensina que sorriso e liberdade vão além de uma vida livre. Por isso, estou cuidando de minha plantação, para colher pessoas!!!
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Corajosamente vivendo...diga-me