Ocasionalmente, eu me deixo passar. Deixo-me de lado, perdida, nebulosa... Ocasionalmente. Ocasionalmente, deixo-me em guerra, por viver cansada de estar em paz. Ocasionalmente.
Por acaso, meus instantes explodem. Vejo que há mais solidão na luta, do que nos cantinhos mórbidos da alma.
Por acaso e ocasionalmente, aconteço, pedindo silêncio, falando baixinho, puxando um banquinho.
Não tenho um violão, nem uma canção que me traduza.
Não fiz o caminho torto do acaso, por acaso, no jardim que não é meu. Ocasionalmente!
Descubro umas lágrimas no tamborim do meu coração. Fastiga, cansada, palavra sinônimo do meu não.
Grito não e me espalho dormente. Quero-te ardentemente, trancado no meu baú de emoções.
Podes vir cafageste, podes vir moleque, podes vir sem mim.
Podes vir tudo para o meu abrigo, que eu te do ouvido e até um pedaço de mim.
Mas pega de jeito, para ocasionalmente não te deixar passar. Me faz o inferno suficiente para seres meu inesquecível das conversas de botequim.
Me da a paz, que eu mereço, que eu te apresento a guerra que te aquece.
Me beija a boca, me aperta forte, como nem por acaso, nem ocasionalmente, me fizestes.
Me roubas as palavras, a alma, o beijo... Me sufoca e me tira do chão. Me deixa louca sob ti.
Por acaso, nem me conheces, mas desde sempre sou teu desejo.
Por acaso não te conheço, mas já te desejo pelo avesso..
E sei que quando nossos olhos se encontrarem, tudo irá se explodir
E será tão corpo, que se tornará puro espírito.
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Corajosamente vivendo...diga-me