sábado, 31 de março de 2012

A maternidade e o olhar


Nada me transformou mais na vida do que a maternidade. Ela me fez compreender que não geramos somente a vida que "sai" de nós, mas, também, a vida que temos em nós. Meu bebê nasceu e com ele nasceu a mulher Aline e a mãe Aline. E sempre que o aniversário dele se aproxima, revisito-me buscando saber se sou o que preciso ser como mãe, como mulher e se, de fato, renasci.
Lembro-me de coisas da minha infância e adolescência, que não me permitiam compreender o porquê de minha mãe passar tanto tempo longe de nós. "Preciso trabalhar para sustentar vocês" afirmativas como essa me indignavam, pois eu achava que se ela ficasse mais ao nosso lado, pouco importaria o dinheiro que ela ganhava estando tão longe de nós. Hoje sei que é uma decisão dolorosa estar longe de um filho, mas absurdamente necessária se queremos lhe proporcionar o mínimo de bem estar.
Hoje, recebo vários convites para sair, estar por aí, mas eu não sou mais só, tal qual era antes. Tenho um filho que depende e precisa de mim e de quem eu preciso demais. Tenho as contas minhas e dele. Tenho que zelar por mim e por ele. Tenho que me preocupar com o futuro meu e dele. Somos nós e não somente eu ou ele.
E nesse exercício de maternidade que está em prática desde 30/04/2006, me descobri singular e plural, me redigo quantas vezes forem necessárias. Àqueles que não compreendem que eu não posso seguir sem meu filho, só posso dizer que sigam sem mim, pois ele é a maior representação do milagre de Deus em minha vida. Foi quando mais eu me senti tocada por Ele, foi quando eu percebi que Ele estava dizendo que eu podia ser feliz, que eu podia conquistar o que quisesse, que eu faria sacrifícios aos olhos de alguns, mas que só a paz do meu coração me diria o quanto vale à pena o que eu faço quando ouvisse "maezinha, você é a melhor mãe do mundo". Não há maior recompensa!
Não há nada que explique isso. Olho com outros olhos o mundo, sou olhada com outros olhos por ele, mas tenho o Victor que me devolve sempre a paz que eu preciso e me diz sem saber o quanto precisamos nos perdoar, perdoar aos outros e estabelecer fronteiras para termos, sempre, um bom viver!

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