sexta-feira, 25 de março de 2011

Eu, Você, Nós: tudo junto e misturado

Já entendi que somos atravessados por vários discursos e interpelados pela ideologia. Já entendi e concordo! Definitivamente, é essa luta de classe que instaura em nós o sujeito que somos, sujeito enquanto indivíduos, e revela nossa filiação social. Entendi e concordo plenamente, e não concordo a duras penas... É fácil enxerga isso, o problema é convereter para um discurso científico.
Mas não é problema converter para uma experiência humana empírica!
Não gosto de rotular as coisas, é muito trivialidade achar que conhecemos e podemos fazê-lo. Julgar? Bem, assim como somos comumente julgados, julgamos aos outros, às vezes de forma cruel, às vezes por pura diversão. É difícil fazê-lo, pq qdo eu digo o que não gosto no outro, revelo aquilo que sou e tomo como certo minha visão de mundo.
E o egocentrismo atravessa a passarela. A visão binária como propôs Nietzsche: certo/errado, verdade/inverdade, ciência/ideologia... Defendo aquilo que acredito, da classe social em que estou inscrita, é asim, é fato.
Saindo do campo da ciência e retomando minha experiência humana: no meio de todos esses passeios vemos pessoas pertencentes a uma determinada classe lutarem para se desvencilhar dela, sem ao menos conseguir. Negar é uma forma de pertencimento!
Sinceramente isso me enoja (estou julgando, se ainda não me fiz clara). Certas coisas são tão evidentes nos comportamentos das pessoas que a tentativa de negar, extravia o caráter. É o típico caso de querer ser aquilo que não sou, mas tomo pra mim o do outro e me asseguro de que ele sou eu.
Por exemplo: não se é naturalmente carismática, mas atua-se para que seja, porém nessa luta cria-se círculos de pessoas que vão e vem de forma impressionante, mas nenhuma fica. Implora-se a amizade do outro sem a validade de que seja uma boa amizade, insiste-se para tê-la apenas para dizer a que grupo se pertence. Existe coisa mais triste? Toma-se o discurso hegemônico de que toda mulher precisa casar e se diz que as que são livres podem ser atestadas sobre qualquer julgamento, não ao machismo! Toma-se o pensamento burguês, e se age tal qual um alpinista social, que vende a alma para não perder a pose. Essa é a burguesia que fede! Invoca-se o discurso religioso, mas desencontra-se com os preceitos da religião. Levanta-se certas bandeiras das frases bonitas, mas o discurso ideológico que lhe interpela é o da imbecilidade.
É, ainda bem que isso não é contagiante! Ainda bem que somos influenciados pelas classes e não pelos indivíduos "individuais".
Algumas pessoas me cansaram, outras me enjoaram, mas outras me fizeram felizes demais. A questão é que preciso manter todos por perto - infelizmente - porque preciso lembrar-me daquilo que não sou e nem quero ser.
Sou pobre, mas sou feliz!!!

Com um danone de chocolate me fazendo aquele mal!!

2 comentários:

  1. Entendo as inscrições do teu dircurso inflamado. Concordo quando dizes que ainda bem não somos atravessados pelo outro, apenas pelo seu discurso. Ainda bem! Seria nojento herdar principalmente um fio de mau caratismo de qualquer sujeito. Já nos bastam nossos "deslizes" de personalidade que, graças a Deus, ajudam a nos (re)construir. Ainda bem que o ser humano é um estranho ímpar. Ainda bem que somos solteiras e, contrariando todas as opiniões demodês, somos muito, mas muito felizes ainda que infantis, loucas, sem noção, sem patrão, sem perdão... Adorei o texto! Amu-la

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  2. Bem, qdo dizes que somos loucas, sem noção, infantis... estás incluindo quem aí? Tenho certeza que eu é que não sou!!! hehehehe

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Corajosamente vivendo...diga-me