Ontem, não consegui conter as lágrimas. No princípio não havia compreendido a dimensão da tragédia na escola do Realengo (RJ), a história da perda e o abatimento das famílias, que vão chegar em casa e não terão mais os seus filhos, netos, sobrinhos, irmãos, primos por perto, porque um louco simplesmente se deu ao direito de decidir que era hora de alguns morrerem.
Como algumas pessoas conseguem ser frias, covardes, desumanas? Como uma pessoa ocupa e acaba com a vida de famílias inteiras? Não foram só os "brasileirinhos" que perderam suas vidas, suas famílias também as perderam. E embora os programas televisivos tentem explicar a partir de psicanalistas, especialistas em segurança, criminologistas, psicólogos, o que ocorreu, nada confortará ou apagará a dor que essas famílias estão sofrendo, porque definitivamente não há explicação para uma atrocidade dessa e não há nada que conforte o que não tem consolo.
O problema educacional é grave e merece atenção de nossas autoridades. Não adianta detector de metais, seguranças armados e psicólogos invadindo as escolas, o problema é tão grave que medidas paliativas como essas servem apenas para confirmar que algo está saindo errado e que quem precisava resolver não sabe se quer por onde começar. Esse tipo de ação preventiva mostra a falta de um olhar atento para o real papel da escola. Mostra que valores estão sendo trocados e o papel da família já não é mais o mesmo. E, acima de tudo, que Deus está sendo colocado de lado na educação de nossas crianças e jovens. Não é possível que três instituições tão importantes para a formação do educando (escola, famíla e igreja) estejam falindo e ninguém se importa com isso.
Sou educadora e tenho medo. Mas nunca desisti de meus alunos, pois sei que na sala de aula precisamos ser um pouquinho professora, um poquinho mãe, um pouquinho amiga e um pouquinho nós. Omitir-se fingindo que nada está errado, que os jovens estão bem orientados, que a família é parceira da escola e que o Estado faz muito bem pagando bolsa famíla como forma de manter a criança na escola ,é cruel. Não há um olhar criterioso na formação dos educandos. Ressalto que não estou generalizando: sei que existem pais competentes e preocupados, sei que existem professores comprometidos e sei que existem jovens que escolhem o caminho do bem, porém enquanto existir apenas meia dúzia de pessoas querendo fazer a diferença, o que veremos serão casos tristes como esse do RJ, da menina Eloá,de Columbine, do Vampirismo do Bengui (Pa), de jovens se esfaqueando no ambiente escolar, etc.
O que espero ver são esses competentes gestores educacionais fazerem planos eficazes para a evolução da educação e não apenas se preocuparem em atestar a queda no índice de analfabetismo, a transferência do currículo do ensino médio para as escolas, estratégias para que o aluno não reprove, pois isso é apenas a metade do caminho a ser percorrido para a melhora educacional. Insisto não é só disso que se faz a escola. Aliás, há tempos que não se faz escola no Brasil.
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